O ministro da Economia, Manuel Pinho, alertou esta terça-feira para a situação económica «insustentável» global e previu a possibilidade de uma ruptura energética.

«Tudo gira em torno da economia e do ambiente. A situação (mundial) em que vivemos é insustentável do ponto de vista económico», afirmou Manuel Pinho na 2ª Conferência Internacional sobre Alterações Climáticas e Segurança Energética, em Lisboa, citado pela «Lusa».

Manuel Pinho, que falava na Assembleia da República, onde se realiza a conferência, organizada pela Comissão do Poder Local, Ambiente e Ordenamento do Território, admitiu que «se nada de substancial ocorrer, vai haver uma ruptura do ponto de vista ambiental e energético, em termos de planeta».

«É necessário agir o mais rapidamente possível e, quanto mais adiarmos o problema, maior será o custo», sublinhou.

Pinho quer metas mais ambiciosas na eficiência energética

Manuel Pinho reforçou ainda a ideia de que a Comissão Europeia deve definir objectivos em matéria de ganhos de eficiência energética mais ambiciosos até 2020.

Actualmente, Bruxelas quer que as famílias, os transportes e a indústria aumentem a eficiência energética em 20 por cento até 2020, mas o ministro reiterou o objectivo do Governo de aumentar em 50% a eficiência energética portuguesa até essa mesma data.

«Temos de olhar para o médio prazo. Se cada país constituir uma carteira de tecnologias ou de medidas tomadas, é possível atingir o objectivo em 2020», referiu.

O governante lamentou que a energia e o ambiente estejam «a utilizar tecnologias de há 30 anos».

Com a subida do preço do petróleo, há uma oportunidade para «provocar uma ruptura na mudança tecnológica das energias», apostando nas energias renováveis, defendeu.

Deve ser fixado preço mundial para emissão de CO2

Manuel Pinho considerou que é importante a criação de um preço mundial para as emissões de CO2, factor que incentivaria o investimento em novas tecnologias.

O ministro alertou também para a relevância da criação do mercado europeu de energia, considerando-o «extremamente importante».