O primeiro-ministro não quer falar de crise na economia nacional, e prefere a expressão «abrandamento».

Em entrevista à «RTP», José Sócrates admitiu que a economia portuguesa «vai passar por um abrandamento como as outras economias europeias e dos EUA», e que vêm aí muitas «dificuldades neste e no próximo ano».

«São dificuldades sérias, porque atingem as famílias e os vários sectores da economia», admitiu.

No entanto, não quer falar de crise, porque acredita que a economia vai «crescer este ano», apesar de o primeiro trimestre ter sido «pior do que eu esperava».

O líder do Executivo admite que «esperava que 2008 e 2009 fossem anos de convergência com a Europa. Em tudo o que dependia do Governo, tivemos bons resultados, mas infelizmente tivemos de fazer face a esta conjuntura adversa», disse.

Quanto a mais sacrifícios, o primeiro-ministro diz que «os portugueses sabem que o Governo não lhes pede nada que eles não tenham que dar. Todos temos de pagar esta crise», disse, assegurando que compreende o desânimo das famílias, especialmente da classe média, que está a ser das mais asfixiadas pela subida dos juros e dos combustíveis. «Sou o primeiro a compreender».