A pertinência (ou não) do projecto de alta velocidade ferroviária, uma das bandeiras da política do actual Governo nas obras públicas, voltou à ordem do dia depois de a líder da oposição, Manuela Ferreira Leite, ter dito que riscaria esse investimento caso viesse a formar Governo. Saiba quem concorda com ela e quem discorda.

Desde que o executivo decidiu avançar com esta obra pública, muito se escreveu e falou sobre ela. Houve quem a chamasse de «faraónica» e «absurda», mas houve também quem dissesse que era um «bom negócio» para o país. A lista dos «contras» bate a dos «prós».

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O protesto contra a decisão do Governo atingiu o auge quando um grupo de juristas, economistas, professores universitários e dirigentes associativos do Porto apelaram, em carta aberta, ao Parlamento para que propusesse a realização de um referendo sobre o novo aeroporto e o comboio de alta velocidade.

A carta era assinada, entre outros, pelo professor universitário Paulo Morais (ex-vereador do Urbanismo da Câmara do Porto), Carlos Abreu Amorim (jurista e professor universitário), Carlos Brito (engenheiro), João Baptista Magalhães (professor), Luís Rocha (economista), Mário Frota (jurista da Associação Portuguesa de Defesa do Consumidor), Pires Veloso (general) e Rui Moreira (presidente da Associação Comercial do Porto).

Muitos ex-ministros contra

Mas muitos outros nomes de peso têm alinhado na luta contra a alta velocidade, entre eles alguns socialistas, como João Cravinho, António Vitorino (que questionou a pertinência da obra) e o ex-ministro das Finanças deste mesmo Governo, Luís Campos e Cunha.

Também contra têm estado Mira Amaral (ex-ministro de Cavaco Silva), João Salgueiro (presidente da Associação Portuguesa de Bancos), António Borges (economista, além de ser vice-presidente do PSD), Miguel Beleza (também ex-ministro e economista) e ainda Medina Carreira (ex-ministro) e Fernando Santo (bastonário da Ordem dos Engenheiros), que alertou para a possibilidade de o TGV ser um bom negócio apenas para os bolsos espanhóis.

Pelo contrário, a favor da obra têm advogado Murteira Nabo (economista), os líderes das associações empresariais e ainda Miguel Cadilhe, que é favorável ao projecto nesta altura de crise.