A Inapa quer continuar a dar mais espaço aos negócios complementares nos próximos anos. A ideia é fazer face à quebra da produção de papel, com a empresa a apontar para a redução global de volumes transaccionados este ano pelo sector na ordem de 1 milhão de toneladas.

Questionado pela Agência Financeira, o presidente executivo da empresa garantiu que a Inapa conta chegar a 2010 com os negócios complementares a valerem entre 12 a 15 por cento do EBITDA.

«O foco estratégico são os negócios complementares, negócios que nos dêem margens de rentabilidade», disse José Félix Morgado na conferência de imprensa de apresentação dos resultados anuais da Inapa.

A aposta está não só na comercialização de material de embalagem e de comunicação visual, bem como na venda de consumíveis gráficos e de escritório.

Nos seus resultados de 2008, estes negócios complementares representaram 47 milhões de euros do total dos 1.044 milhões em vendas. Ou seja, apesar do seu peso a nível de negócio ser apenas de 4,5%, representou já um crescimento de 107% face a 2007.

No ano passado os volumes de papel da Inapa reduziram-se 4,2% para 984 mil toneladas, com o preço por tonelada a assistir a uma subida de 1,7% para 1.014 euros.

Sector está sujeito a consolidações

Para este ano, a Inapa prevê que o sector da distribuição do papel, além da ligeira redução dos volumes transaccionados, possa dar azo «a novos processos de consolidação», mediante parcerias ou swaps de activos, e ao desaparecimento de alguns pequenos produtores.

«Esperamos alguma pressão sobre os preços do papel», reconheceu José Félix Morgado, acrescentando que a concorrência também deve apertar nos próximos tempos.

O CEO da Inapa sublinhou igualmente que a empresa está «a olhar para o mercado à procura de oportunidades» e, quanto ao início das operações da subsidiária em Angola, José Félix Morgado referiu o mês de Maio como período previsto para o arranque.

Recorde-se que a Inapa passou de prejuízos a lucros de 1,1 milhões de euros em 2008.

As acções fecharam a valorizar 3,33% para 0,31 euros.