O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, considera difícil e complexa uma alteração ao mandato do Banco Central Europeu (BCE), nomeadamente um eventual aumento de poderes e do controlo da instituição por parte dos ministros das Finanças europeus.

«No meu entendimento não se afigura fácil uma alteração dessa natureza ao Tratado. Recordo-me bem do cuidado que foi necessário neste domínio quando o tratado de Maastricht definiu os termos actuais do mandato do Banco Central Europeu», afirmou à «Lusa» Teixeira dos Santos.

Segundo o ministro, a «delicadeza dos equilíbrios» alcançados entre as nações europeias por altura da definição do mandato do BCE torna uma eventual tarefa de alteração «complexa e difícil», disse.

Acrescentou que terão de ser as mais altas instâncias europeias a decidir se se justifica uma alteração ao mandato do BCE.

«É uma questão que terão de ser os chefes de Estado e de Governo a ponderar, mas implica uma alteração profunda ao Tratado», referiu.

Na próxima terça-feira, os líderes do Reino Unido, França, Alemanha e Itália vão reunir-se em Londres, à margem das instâncias europeias e dos outros líderes da UE, para discutir a crise dos mercados financeiros.

O mandato do BCE pode ser um dos temas em cima da mesa.