As reacções às declarações do presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (Anarec), que disse na semana passada que os combustíveis comercializados por hipermercados são de qualidade inferior, continuam a fazer-se sentir.

Desta vez, coube ao Grupo Os Mosqueteiros a garantia de que os seus produtos não descuram a qualidade: «Reiteramos que procuramos, e procuraremos sempre, oferecer aos consumidores portugueses produtos aos melhores preços, garantindo sempre a melhor qualidade», referem em comunicado a que a Agência Financeira teve acesso. Mais: a empresa está a ponderar promover todas as iniciativas legais, de modo a salvaguardar o seu bom nome no mercado.

As declarações de Virgílio Constantino levam o Grupo a sublinhar que a actividade das entidades que comercializam combustíveis em Portugal é regulamentada e cumpre normas e que, no caso de Os Mosqueteiros, é gerida pela Alcapetro.

Painéis com preços já estão activos

Combustível nos hipers «é inferior»

«A Alcapetro tem como fornecedores as grandes companhias petrolíferas, nomeadamente a Galp, BP, Repsol, entre outras que operam em Portugal, regendo-se por isso pelas mesmas normas no que diz respeito à aquisição dos produtos petrolíferos, o que, por si só, garante a qualidade da nossa oferta», diz o mesmo grupo.

Desde o dia 1 de Janeiro de 2009, o principal fornecedor de Os Mosqueteiros tem sido a Galp, empresa responsável por dois terços do produto fornecido pela Alcapetro aos postos de abastecimento de marca própria.

«Se o nosso combustível é adquirido aos principais fornecedores, então adquirimos combustíveis líquidos nos mesmos terminais de carga que os das companhias acima referidas, ou seja, a nossa qualidade de produtos é equiparada à das companhias mencionadas», adianta a empresa que detém o Intermarché.

O facto dos preços dos postos de compustível estarem abaixo dos preços de referência do mercado é porque segue a política do grupo de «zelar pelo compromisso que tem com os seus clientes, o qual se traduz em vender barato com qualidade, quer no interior dos supermercados Intermarché e Ecomarché, quer no posto de combustível adjacente».

«Nesse sentido, face ao exposto, não se entende qual a origem e sustentabilidade das afirmações de Virgílio Constantino», conclui a empresa.

Já antes a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) avançou que seguirá com uma queixa-crime contra o presidente da Anarec por este ter dito que os combustíveis à venda nos hipermercados são de qualidade inferior. Tudo porque as acusações «são difamatórias» e «ultrapassam o razoável».