Segundo o estudo da gestora «Reformas em Portugal: as verdades que os portugueses desconhecem», estamos obrigados a poupar cada vez mais para assegurar as nossas reformas e pensões, em resposta aos desequilíbrios criados pelo aumento da esperança média de vida e a redução da natalidade.
«O valor da reforma assegurado pelo Estado vai reduzir-se nos próximos anos, pelo que os portugueses vão ter de colocar de lado uma parte crescente dos seus rendimentos para conseguirem manter o nível de vida no momento de deixar a vida activa», sustenta a Optimize.
De acordo com a mesma, a percentagem do rendimento a poupar está dependente do sexo dos portugueses, dada a diferença ao nível da esperança média de vida existente entre homens e mulheres, e é agudizada pelo aumento esperado deste indicador demográfico.
«Em 2050, 31,6% dos portugueses terão mais de 65 anos», referiu Diogo Santos Teixeira, que defende que, nessa altura, a esperança média de vida dos portugueses deverá aumentar em cinco anos, passando de 74,4 para 80,4 anos no caso dos homens e de 81,2 para 86,6 anos no caso das mulheres. «Esta situação obriga a que as mulheres tenham de poupar mais que os homens para manter a qualidade de vida após os 65 anos».
Casos diferentes consoante sexos
Adicionalmente, a menor natalidade gerará uma crise demográfica, que vai provocar uma multiplicação por um factor 2 do rácio de dependência em Portugal até 2060. Ou seja, a população em idade de reforma passará de 26,6% face ao resto da população em 2010 para 54,8% em 2060.
Desta forma, diz a gestora de activos que, partindo do pressuposto de uma poupança iniciada em 2008 e com base nos cenários traçados pelo estudo, as mulheres que tenham hoje 30 anos, e invistam de forma conservadora, devem poupar 29% do seu rendimento mensal para garantir uma pensão equivalente 80% do seu salário no momento da reforma. Esta percentagem reduz-se para 22,8% nas mulheres com 40 anos e para 19,8% nas mulheres com 50 anos. Para as investidoras mais agressivas, a parte de rendimento a dedicar à poupança para a reforma é menor: 13,3% (30 anos), 13,7% (40 anos) e 14,7% (50 anos).
No caso dos homens, os valores são menores, mas igualmente significativos. Um homem de perfil conservador está obrigado a investir 22% do seu salário para garantir 80% do seu rendimento no momento de deixar a vida activa, se tiver 30 anos, sendo esta percentagem de 18,2% para os que têm 40 anos e de 15,7% para os que têm 50 anos. Já para os homens com perfil de investimento mais agressivo, as percentagens de rendimento a poupar são de 10,1% (30 anos), 10,9% (40 anos) e 11,6% (50 anos).
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