A economia portuguesa deverá registar um crescimento praticamente nulo. As previsões são do Fundo Monetário Internacional.

Além de cortar as expectativas de crescimento para a nossa economia neste ano, o Fundo reduz, num relatório divulgado esta sexta-feira, a projecção para 2009, dos anteriores 1,4% para apenas 0,6%. Mas o cenário vai tornar-se ainda mais negro na próxima quarta-feira, onde a instituição vai rever em baixa estas previsões.

No World Economic Outlook, a ser divulgado a meio da semana que vem, o Fundo vai reduzir as projecções para Portugal, para um crescimento de cerca de 0,5% este ano e de 0,1 a 0,2% em 2009.

São novas previsões, ainda mais pessimistas, que incorporam já os riscos para os quais o FMI alertara já no passado.

A instituição reconhece a existência de um impacto externo nestas projecções, não só por força da deterioração das perspectivas económicas globais e da instabilidade no sistema financeiro, mas também da subida dos preços das matérias-primas e do euro.

Factores que, segundo o Fundo, vão aliar-se ao baixo crescimento do emprego e aos elevados níveis de endividamento para travar o consumo privado e o investimento empresarial.

O FMI acredita, no entanto, que Portugal está a tomar medidas adequadas, nomeadamente na consolidação orçamental, que aconselha o Governo de José Sócrates a prosseguir.

A instituição diz que a continuação da consolidação orçamental, somada às reformas estruturais, deverá ajudar a uma recuperação gradual da competitividade e da produtividade.

O Fundo elogia ainda o novo Código do Trabalho e o programa Simplex, que desburocratiza muitos processos, essenciais à atracção do investimento empresarial estrangeiro.