O Japão opõe-se às medidas proteccionistas dos EUA para combate à crise económica e vai manifestá-lo no próximo fim-de-semana em Roma, na reunião dos ministros das Finanças dos G7, anunciou esta terça-feira o ministro Shoichi Nakagawa, refere a agência Lusa.

«Aprendemos com a Grande Depressão que, se um texto semelhante ao da lei Smoot-Hawley viesse a ser aprovado, isso conduziria a um desastre», disse Nakagawa em conferência de imprensa. «Discutiremos os meios para impedir que isso aconteça».

O ministro japonês das Finanças referia-se a uma lei norte-americana de 1930 que impôs enormes direitos alfandegários a numerosos produtos importados, desencadeando mecanismos de retaliação e agravando a crise económica internacional.

O Congresso dos Estados Unidos propôs a inclusão de uma cláusula «Buy American» («Compre americano») no plano de recuperação em debate, o que desencadeou numerosos protestos e advertências por todo o mundo.

Proteccionismo seria nefasto para sua economia

«Ignoro qual será o tipo da cláusula Buy American no plano de recuperação, mas as reuniões anteriores do G7 e do G20 confirmaram que não nos devemos enredar-nos no proteccionismo», disse Nakagawa.

Segundo afirmou, o respeito pelos países membros da Organização Mundial do Comércio das regras estabelecidas constitui «um postulado de base».

Qualquer medida proteccionista nos Estados Unidos seria particularmente nefasta para o Japão, cuja economia depende consideravelmente das exportações.

Os ministros das Finanças e os governadores dos bancos centrais do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) encontram-se no sábado em Roma, tendo já conversado entre si pelo telefone.