A líder do PSD afirmou esta sexta-feira, em Coimbra, que o Governo «não falou verdade ao país» sobre os efeitos da crise, que se traduziram num decréscimo de dois por cento no produto interno bruto (PIB), no quarto trimestre de 2008.

«Se se tivesse dito a verdade ao País, não é pensável que fosse uma novidade de hoje. Não foi hoje que se descobriu que o PIB tinha decrescido desta forma no quarto trimestre», sublinhou Manuela Ferreira Leite, citada pela agência Lusa, durante uma deslocação a Coimbra.

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Na sua opinião, «ou o Governo não está em acção, ou está em acção no sentido verdadeiramente errado, ou é tudo folclore mas acção não existe».

«São resultados que verdadeiramente põem em causa a intervenção do Governo nesta matéria», considerou a presidente do PSD.

Manuela Ferreira Leite realçou que agora o próprio ministro das Finanças afirmou que «há umas semanas já se vinha a ver que isto ia acontecer mas, apesar disso, há menos de quinze dias aprovou na Assembleia da República um orçamento dizendo que a situação era o contrário».

«Além de uma tentativa permanente de não se dizer a verdade, obviamente que o Governo não está a agir. Falta acção de forma a resolver este problema. A crise é a crise e a verdade é que Portugal, a despeito daquilo que o Governo dizia, é aquele país que mais efeitos está a sofrer pela crise. É aquele que mais decréscimo teve em relação a todos os outros», observou.

No seu entendimento, a situação actual é «altamente preocupante e é necessário que o Governo perceba que agir não é falar, não é gritar, não é levantar a voz».

«É necessário haver acção, que o Governo actue no sentido de resolver os problemas do País. É preciso que não se pense que isto é uma fatalidade. Não podemos aceitar que isto seja uma fatalidade», concluiu.