Roberto Martínez tinha-o reconhecido na conferência de imprensa de antevisão: Portugal tinha equipa para mostrar mais.

O saldo, até então, estava longe de ser negativo: eram 5 jogos de qualificação, 5 vitórias, 15 golos marcados, 0 sofridos.

Mas, verdade seja dita, parecia que faltava qualquer coisa. Em todas essas partidas, a seleção esteve longe de deslumbrar – e isso era reconhecido por todos. Até pelo próprio selecionador.

Alegrem-se os pacientes: a primeira grande exibição da era Roberto Martínez aconteceu hoje. Portugal goleou o Luxemburgo por uns impressionantes 9-0 e jogou bem. Muito bem, mesmo.

Com cinco alterações no 11, o selecionador apostou em nomes como Nélson Semedo, Gonçalo Inácio, Diogo Jota, Danilo e Gonçalo Ramos (para substituir o castigado Ronaldo).

As escolhas não podiam ter dado melhor resultado: os quatro golos da primeira parte foram marcados por duas destas apostas: Inácio e Ramos, cada um com um bis.

Na verdade, os primeiros 45 minutos foram dominados por Portugal do princípio ao fim.

Com um 4x4x2, em que Dalot aparecia muitas vezes ao meio durante a construção ofensiva, a equipa das quinas não deixou qualquer margem de esperança ao Luxemburgo perante uma tarefa que já se adivinhava espinhosa à partida.

O primeiro golo apareceu cedo. Gonçalo Inácio estreou-se a marcar pela seleção, ao minuto 13, dando o melhor seguimento a um cruzamento de Bruno Fernandes.

A partir daí, os golos foram-se sucedendo – a jogar em casa, o algarvio Gonçalo Ramos marcou, após uma desatenção da defesa do Luxemburgo (18m).

Nas bancadas, a boa exibição da seleção também era correspondida com muito apoio do público que veria, aos 34 minutos, Ramos bisar.

Rafael Leão – que, mesmo não marcando, foi um dos melhores de Portugal – assistiu o jovem avançado do PSG que rodou sobre o adversário e rematou, com muita classe, para o fundo das redes.

A noite era dos Gonçalos: desta vez, perto do intervalo, foi Inácio também a bisar, num lance em tudo idêntico ao do primeiro golo: Bruno Fernandes cruzou e o central marcou de cabeça.

A segunda parte voltou a ter Portugal em muito bom plano.

Diogo Jota, que procurou bastante o golo na primeira parte, acabaria por faturar, após um grande passe a isolar de Bruno Fernandes (o médio português fez três assistências).

Estavam jogados 57 minutos e ainda haveria tempo para muito mais: o recém-entrado Ricardo Horta fez o sexto de Portugal, com um remate dentro da área, depois de um passe de Jota.

O médio do Liverpool também acabaria por voltar a fazer o gosto ao pé ao minuto 77.

Bruno Fernandes, aos 83m, fez o oitavo e João Félix, ao 88m, o 9-0!

Para a história, fica a maior goleada da história da seleção. Para o futuro, a certeza de que esta seleção pode ser mais vezes aquilo que foi hoje: uma equipa que joga bom futebol.