A vitória histórica da Bolívia sobre a Argentina, por 6-1, pareceu mentira mas foi verdade. Contudo, o presidente do país andino, Evo Morales, disse esta terça-feira que preferia ter perdido a partida do dia 1 de Abril, em La Paz. Tudo para evitar que esse resultado servisse de argumento ao veto da FIFA à disputa de jogos acima dos 3000 metros de altitude.

A comissão médica do organismo máximo de futebol mundial anunciara que iria impor um limite de atitude (2500 metros) para jogos de cariz internacional, por causa de eventuais riscos para saúde para dos atletas. Esta segunda-feira, a fasquia foi elevada para os 3000 metros.

A última decisão fez respirar de alívio Bogotá, na Colômbia (a 2640 metros de altitude), Toluca, no México (2680 metros) e Quito, no Equador (2800 metros). La Paz, a 3600 metros acima no nível do mar, ficou além dos limites.

Numa entrevista publicada pelo jornal argentino «Página/12», o presidente boliviano explicou a divisão de sentimentos que o afectaram durante a partida frente à Argentina. «Entre nós, eu torcia pela Bolívia, mas também queria que os argentinos ganhassem, em vez de perderem por 6-1, em La Paz, porque isso teria ajudado a reverter o veto de jogar em altura», disse o chefe de Estado.

Apesar do feito histórico - será preciso recuar a 1958 para encontrar uma derrota argentina desta dimensão, na altura frente à Checoslováquia -, Evo Morales diz que seria «mais importante ganhar a altura do que esse jogo».