Jacinto Paixão já foi notificado do arquivamento das suspeitas que lhe eram movidas pelo Ministério Público no inquérito aberto na sequência do processo Apito Dourado. Segundo disse ao Maisfutebol o advogado do ex-árbitro, António Colaço, a argumentação do procurador para proceder ao arquivamento do processo prendeu-se com a ausência de um nexo de causalidade entre os factos que eram relatados no processo e a vontade de deliberadamente beneficiar o F.C. Porto frente ao E. Amadora.
«Antes de mais não ficou provado que o J.P. mencionado nas escutas telefónicas fosse o Jacinto Paixão, podia perfeitamente ser o Joaquim Pinheiro [director do departamento de formação do F.C. Porto e irmão de Reinaldo Teles] como foi referido por vários dos arguidos. Depois, e mesmo que o J.P. referido nas várias conversas fosse o Jacinto Paixão, não havia um nexo de causalidade. O facto do meu cliente ir às meninas não significa que o fizesse porque tinha beneficiado ou porque iria beneficiar o F.C. Porto».
Jacinto Paixão vai avançar com processo por danos contra o Estado
O advogado dá até uma exemplo curioso para explicar este raciocínio. «O facto da Av. da Liberdade ter dois sentidos, não significa que toda a gente tenha de seguir para o mesmo lado. Uns vão para cima e outros podem vir para baixo. Ora por isso é que não é um nexo de causalidade e não havendo um nexo de causalidade não há crime». Agora o advogado e o árbitro vão estudar a possibilidade de processar o Estado. «Esta decisão já devia ter sido tomada há um ano, mas a divindade está com quem decide», referiu. «Vamos encontrar-nos na sexta-feira, vamos conversar e vamos estudar a possibilidade de dar entrada com um processo de indemnização. Provavelmente vamos mesmo avançar. O meu cliente teve danos que estão à vista de todos».