O movimento de passageiros nos aeroportos europeus deverá cair cinco por cento este ano, face a 2008, dobrando o recuo registado após os atentados de 11 de Setembro, anunciou esta terça-feira o director-geral da Airports Council International (ACI) Europe.

Falando à margem da 18ª conferência da ACI Europe, que decorre até quarta-feira, no Porto, Olivier Jankovec atribuiu esta retracção à crise financeira internacional, salientando que, ainda assim, a organização prevê uma duplicação do tráfego aeroportuário europeu em 2030.

Neste sentido, Jankovec destacou a urgência de uma «política e regulação aeroportuárias correctas» que, ao contrário do que diz acontecer actualmente, assegure a viabilidade dos aeroportos a longo prazo.

«Os reguladores nacionais devem dar liberdade aos aeroportos para estabelecerem as tarifas, actualmente muito centradas nas companhias aéreas, e devem ser reconhecidos como negócios de longo prazo e de capital intensivo que tem que poder ter as receitas necessárias para investir no longo termo», sustentou Olivier Jankovec.

Caso contrário, alertou Jankovec, a Europa viverá no futuro «uma situação de pesadelo por falta de capacidade dos aeroportos face à procura».

Com a adequada política reguladora, o director-geral da ACI Europe considerou que «os aeroportos podem desempenhar um papel muito importante na recuperação internacional, porque são fantásticos motores do desenvolvimento económico».

«Os aeroportos agem como catalizadores da criação de emprego a nível regional, atraindo investimento, mas para isso têm que conseguir financiar o seu desenvolvimento a longo termo».

Como «mau exemplo» da actual «inflexibilidade» e «inadequação» da política aeroportuária europeia Olivier Jankovec apontou o aeroporto de Dublin, cuja expansão diz estar a ser travada pelo poder ali exercido pela companhia aérea de baixo custo Ryanair.