A saída da Seleção Nacional, e a forma como tudo de processou, ainda está na memória de todos. Carlos Queiroz foi para longe, aceitou a aventura e qualificou o Irão para o Mundial. O técnico nega que isto seja uma resposta ou uma «bofetada» à federação.

«Venho de um background, a minha educação desportiva... Os companheiros que tive, de quem aprendi... Não venho de um futebol de jogar contra ninguém, nós vimos de um futebol de jogar com as pessoas e portanto o que aconteceu foi pelo Irão, pela equipa, por mim próprio. Nunca acontece nada contra ninguém, nem contra o passado, nem contra o futuro, não tenho essas motivações nem são esses os sentimentos que me animam. Isso foi um passado que não foi muito agradável para mim, como devem imaginar. Pessoalmente não tenho nenhuma contabilidade a assentar ou a acertar a não ser os casos que tenho em tribunal, que infelizmente continuam. De resto, para mim, foi uma oportunidade, acreditei que era possível trabalhar esta equipa, embora a estrutura não seja de jogadores profissionais... Não é uma federação altamente profissionalizada, mas com uma grande vontade de aprender, uma grande vontade de fazer as coisas bem, de mudar, e conseguimos, que é o mais importante. Do passado só tenho um dever de consciência para com aquele passado que vocês conhecem. É uma obrigação de consciência que deve continuar a ser levantada e que não me parece correta. Nós estamos em 2013, estamos no século XXI, queremos ser um país civilizado e não é possível - faço isso em nome dos treinadores e dos atletas portugueses - existir um sistema em Portugal, em que uma mesma pessoa pode acusar, julgar e condenar. Acho que isso não é civilizado, e tem de mudar para bem dos treinadores e para bem dos atletas», afirmou.

Queiroz voltou a abordar o seu trajeto enquanto responsável pela seleção portuguesa: «Sempre disse e é o que anima: agradecer às pessoas que me deram esta oportunidade, àqueles que sempre acreditaram em mim, aqui ou lá. Estas oportunidades só servem para nós respondermos aos amigos e às pessoas que gostam de nós e confiam em nós, e tentar convencer um pouco os que não acreditam em nós. Não vamos conseguir convencer todos nunca, mas o importante é continuar e em cada etapa sermos capazes de acreditar e nos levantarmos. Não foi aqui. Se quisermos analisar bem o trajecto da seleção portuguesa naquele tempo não começámos bem, terminámos muito bem, apresentámo-nos no Campeonato do Mundo em terceiro lugar no ranking, fizemos um trajecto no segundo ano de 19 jogos sem perder, com 15 ou 16 vitórias, três ou quatro empates, e fomos eliminámos pela Espanha. Para umas pessoas foi meio copo vazio, para outras foi meio copo cheio, mas como sabem a minha saída não teve nada a ver com issoe agora já passou muito tempo. Se quer que lhe diga a verdade, se não fossem os casos em tribunal já nem me lembrava, nem sei exatamente o que se passou. Mas, infelizmente, no dia 26 tenho de ir ao tribunal acertar mais umas contas.»