O Sp. Braga tem tido uma época para esquecer, com a perda de jogadores importantes, a eliminação na Liga Europa e um atraso preocupante no campeonato. Se alguma coisa está a correr bem é a Taça de Portugal, onde se tem destacado Rafa Silva.

O jovem médio contratado no último defesa ao Feirense marcou dois golos ao Olhanense este domingo e transformou-se na figura desta eliminatória da Taça de Portugal. Aos 20 anos, chegou a suscitar a cobiça do Sporting, mas é pelos arsenalistas que faz o seu caminho. Já foi titular três vezes no campeonato (contra Belenenses, Gil Vicente e Académica) e suplente utilizado muitas vezes. Na Taça jogou de início nas duas partidas e marcou um total de três golos.

Esta veia goleadora não é nova, uma vez que na época passada marcou dez pelo Feirense, o que não é nada fácil numa II Liga para quem não é ponta-de-lança. Com Jesualdo tem sido utilizado como extremo, tanto à direita como à esquerda, mas no passado chegou a ocupar as posições 8 e 10. No Braga esse espaço está a ser normalmente ocupado por Ruben Micael, mas se o internacional português continuar a fazer más exibições, Rafa pode ser uma boa solução para o meio-campo ofensivo.

Nascido em Vila Franca de Xira, começou a sua carreira no At. Povoense em 2003/04 onde jogou uma época, fazendo toda a sua formação no Alverca. Mudou-se para o Feirense no último ano de júnior e foi em Santa Maria da Feira que conseguiu dar o salto para os seniores, onde encontrou os treinadores Henrique Nunes, Bruno Moura e Quim Machado. Rapidamente foi titular e ganhou espaço para crescer, mas a luta dos técnicos foi sempre tentá-lo convencer a ser menos individualista.



Segundo Jesualdo Ferreira, o jovem jogador ainda tem de apurar muitos aspetos da sua postura em campo: «Toda a gente se esqueceu que ele ainda não é jogador, está a tentar ser. Já tive muitos 'Rafas' na minha carreira e cabe-me a mim pegar nele, um jogador de 20 anos sem experiência a este nível, e tentar encontrar os melhores processos individuais e coletivos para o que ele pode fazer. Porque ele só poderá ser um jogador de 'top' quando perceber que joga com outros, que não joga sozinho, e tentar aproveitar as suas qualidades fora daquele contexto que as pessoas lhe querem definir».

As oportunidades vão continuar a surgir, mas tudo indica que continuará a jogar como extremo. «Para já, Parece-me um avançado e é aí que seguirá, jogando nos três espaços frontais e aprendendo a defender como toda a equipa tem de defender. Tem de ser mais finalizador e mais robusto, porque ainda não é suficientemente robusto para se dizer que vai ser o tal jogador de futuro, jogando a '10'. Esqueçam o '10'; nos últimos anos só conheci um, o Zidane. O '10' tem caraterísticas que o Rafa não tem e ele tem caraterísticas que os '10' não têm», frisou, feliz pelos seus dois «excelentes golos».