O Real Madrid que apareceu em Camp Nou foi honesto, sério, combativo e até podia ter esticado um pouco mais a dúvida sobre a eliminatória. Mas no final, mais golo menos golo, o Barcelona passaria. Foi, apetece escrever, apenas honesto. Precisava de ser histórico.

Agora que a época acabou para o Real Madrid, restam algumas perguntas. A mais importante, acho, é esta: a época serviu para encurtar a distância para o rival de Camp Nou?

Diria que nem por isso.

Por um lado, o Barcelona melhorou, sobretudo porque ficou a ganhar com a troca de Ibra, desapdaptado de tudo aquilo, por Villa. Depois porque alguns dos mais jovens estão mais serenos e crescidos. Não creio que Xavi e Iniesta tenham estado melhor do que em épocas anterioes, mas não andaram longe do máximo. Tudo somado, a equipa cresceu. Por incrível que isso possa parecer.

Por outro lado, o Real Madrid permanece instável atrás, pouco definido no meio e excessivamente individualista dali para a frente. Como em todos os outros clubes onde passou, Mourinho conseguiu unir-se aos jogadores. E isso é um enorme passo em frente, talvez o mais importante de todos. Mas, em simultâneo, criou-se uma realidade absurda em que treinador e director para o futebol surgem separados por um abismo.

Essa distância e a relação, menos apaixonada do que é costume, com os adeptos do clube que treina não asseguram que José Mourinho comece 2011/12 muito melhor do que iniciou esta temporada. E isso é mau, porque já sabemos que o Barcelona pouco mudará.