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Fascinado! Assim está Ricardinho, o craque do futsal português que trocou o Benfica pelo Nagoya Oceans. O Japão não o convenceu à primeira, mas agora que já anda pelo país do Sol Nascente há mais tempo, o internacional português não tem dúvidas e esclarece ao Maisfutebol: «Espero ficar muitos anos.» Quanto à troca do Benfica pelo país asiático, diz que não houve qualquer hesitação.

De regresso a Portugal, para se concentrar com a Selecção Nacional, Ricardinho falou dos primeiros tempos no Japão: «A adaptação está a ser melhor do que pensava. A primeira vez que fui ao país, assinar contrato, fiquei com uma impressão estranha.»

Sempre bem disposto, o esquerdino solta gargalhadas e brinca com as palavras como faz com a bola: «Também não fui aos lugares certos! Agora com tempo tenho conhecido tudo o que de bom tem o Japão, estou a adorar e espero ficar lá muitos anos.»

E o que cativou assim tanto Ricardinho? «Muita coisa, as pessoas falam mal da comida, eu adoro a comida, adoro a cultura deles, o respeito está acima de tudo, porque lá a palavra vale mais do que papéis assinados, o que em Portugal não acontece», conta ao Maisfutebol, à margem da apresentação dos novos ténis que usa. «Já entendo algumas coisas, quando não falam rápido, mas já estou mais habituado à cultura, onde os gestos, por vezes, são mais importantes que as palavras», continuou.

Ricardinho trocou o campeão europeu, o Benfica, pela aventura nipónica. Voltava atrás? «Não, claro que não, o momento certo era aquele», declarou, para explicar: «Eu disse que não deixava o Benfica sem vencer a UEFA Cup. Ganhámos, estava na altura certa. Não vou dizer que um dia não regresse. Toda a gente gosta de jogar em clubes campeões e o Benfica é um clube campeão. Mas agora estou no Nagoya, que é tricampeão. Eu sou um campeão, sou um vitorioso, um lutador.»

«Futebol de 11? Houve histórias, de que podia voltar...»

Ricardinho chegou e partiu. Vai para o Brasil com a Selecção Nacional, para disputar o Grand Prix, torneio com as melhores selecções do mundo. Deu para matar um pouco da saudade de Portugal, mas, depois de sair da Ásia, o esquerdino estava com falta de outra coisa.

«Estava era com saudades de jogar à bola! Fiz 24 horas de viagem para cá e já estava com saudades», atira, a sorrir. Ora, era também altura de falar na selecção portuguesa, que trocou de técnico. «O seleccionador mudou, mas já o conhecia há muito tempo, é uma pessoa fantástica. Os jogadores são os mesmos, com alguma renovação, o que é normal, mas os objectivos são os mesmos, ganhar sempre», comentou ao Maisfutebol.

«Não mudámos muita coisa, o treinador é inteligente e sabe que não se pode mudar muito de um momento para o outro», prosseguiu Ricardinho, com palavras que até pareciam de outra estrela portuguesa, mas do futebol de 11 e capitão de Portugal.

Por falar no jogo em relvado, Ricardinho já deixou de pensar nisso. «Não vê pitões aqui, pois não», brincou, ao apontar para os ténis. «Joguei futebol de 11 dos 7 aos 14 anos, houve depois várias histórias, em que podia voltar», afirmou.

Na memória estava, claro, a possibilidade de ter actuado pelo 11 do Benfica, noticiada há uns anos, mas que Ricardinho prefere não falar. «Não gosto de voltar ao passado, prefiro falar do presente e do futuro, estou no Japão, que tem futsal fantástico, sempre com 4 a 5 mil pessoas a ver os jogos, por isso, tenho de fazer golos, fazer as pessoas vibrar e apoiar a minha família», rematou.

Para o fim, a descrição do melhor golo em solo japonês. «Foi este último, em que igualei o recorde de golos em jogos consecutivos, marquei em oito seguidos. Isolei-me e meti um chapéu ao guarda-redes, quando ele pensava que ia meter a bola por baixo», concluiu, em habilidade.