É uma das revelações da Superliga. Sétimo lugar e um futebol capaz de encantar o mais aborrecido dos adeptos. Chama-se Rio Ave. Uma das fórmulas do sucesso e com números interessantes: é a única equipa que ainda não perdeu em casa, mas também consegue ser o campeão dos empates. Soma catorze na totalidade. Como se explica o sucesso? É a pergunta que o Maisfutebol coloca. Niquinha responde. Um dos mais antigos, há oito anos consecutivos na equipa de Vila do Conde. «São vários factores que explicam o sucesso».
E os factores são: «Temos um bom plantel», começa por dizer. Não é um grupo composto por grandes estrelas, mas com jogadores muito capazes e «bem identificados com a filosofia do clube». Com muitos anos de casa. «Perdemos alguns jogadores, é certo, mas foram poucos. A estrutura da época passada mantém-se». Esse é um dos pilares. O outro chama-se Carlos Brito. «É um treinador que sabe tirar o máximo rendimento do plantel. É uma pessoa espectacular e que trabalha de acordo com o futebol actual. Tem bons métodos de treino».
É ele uma das chaves do sucesso. Que dá ao Rio Ave a espectacularidade futebolística que se vê em todas as jornadas. «Diz-nos sempre que jogar bem é o primeiro passo para ganhar os jogos. É isso que fazemos. Seguimos à letra o que nos diz», sublinha Niquinha, 33 anos, um brasileiro que é uma das referências da equipa de Vila do Conde. «O nosso lema é vencer sempre». Mas isso nem sempre acontece e os catorze empates na Superliga são um bom exemplo dessa tendência: «Não somos nós que empatámos os jogos, os novos adversários é que empatam connosco. Depois fecham-se e nós não conseguimos abrir espaços».
Só lhe falta ser guarda-redes...
É esse futebol espectáculo que faz do Rio Ave uma equipa recheada de sucesso no seu próprio estádio. É a única da Superliga que ainda não perdeu em casa. «Isso acontece porque jogamos ao ataque. Ainda ontem, com o Sp. Braga, estávamos a vencer por 1-0 e procurámos sempre o segundo golo. Não recuámos», recorda Niquinha que actuou como unidade criadora do meio-campo. «Acho que já joguei em todas as posições. Só me falta experimentar a ponta-de-lança e a guarda-redes», responde com um sorriso, mostrando-se indiferente à pressão de defrontar o V. Guimarães na próxima jornada: «Estamos tranquilos. É um jogo importante para a Europa, mas ainda faltam muitos jogos».
Aos 33 anos, Niquinha termina contrato no final da época, mas espera «jogar mais dois anos», pois sente «boas condições físicas» para fazê-lo ao mais alto nível. «Está tudo em aberto e não me sinto preocupado. Cheguei a Portugal em 1997, assinei por três épocas com o Rio Ave e não esperava ficar por aqui tanto tempo. Mas fui bem recebido¿» Tão bem recebido que quer ficar.