Foi uma vitória provavelmente festejada com um ritmo de samba lá em casa. Por ele e pelo irmão. Os dois manos, Niquinha e Marquinhos, jogaram pela primeira vez juntos e celebraram a efeméride com um triunfo sobre o Benfica que destruiu uma imensa onda vermelha. «No final trocámos um abraço muito especial», conta Marquinhos. «Melhor só se eu tivesse feito um golo». O caso não era realmente para menos. Ao fim de dez anos a morar juntos os dois irmãos puderam finalmente partilhar as mesmas corridas.
Em pouco mais de quinze minutos, porém, muita coisa mudou. Marquinhos estreou-se ao lado do irmão e o Rio Ave venceu o jogo. «Correu muito bem. Fiquei feliz pela estreia dele, uma estreia que já procura há muito tempo, e fiquei feliz também porque ele foi muito bem sucedido», frisa Niquinha. «Ser lançado pela primeira vez e conseguir uma vitória frente ao Benfica é fantástico. Ele entrou muito bem, teve uma importância muito grande no resultado. E não estou a dizer isto por ser meu irmão»
O mano mais novo sorri ainda mais. «Era um sonho para mim jogar ao lado do meu irmão. Quando eu era mais pequeno ele chegava lá a casa e contava-me como tinha sido e eu ficava com muita vontade de poder fazer o mesmo». Decidiu seguir as pisadas do irmão e dedicar-se ao futebol. Os onze anos de diferença entre os dois apenas permitiram que se juntassem na mesma equipa esta época, apesar de sempre terem vivido juntos. A caminhada no mais alto patamar do futebol português não começou lá muito bem. Sem muita experiência de alta competição, Marquinhos foi vendo adiada uma estreia na equipa.
Só este domingo o brasileiro pôde finalmente acumular os primeiros minutos na Superliga e partilhar o mesmo relvado com o irmão. Ele que apenas jogara num jogo da Taça de Portugal em que Niquinha ficou de fora. «Fiquei muito feliz quando vi que ia entrar», conta o irmão mais velhor. «Dentro de campo tentei orientá-lo e ajudá-lo. Sei que uma estreia num jogo destes pode deixar um jogador nervoso, mas ele é uma pessoa muito madura e saiu-se muito bem. Tentei passar para ele algumas referências, tentar orientá-lo, procurar que ele tivesse o melhor posicionamento. Ele é um jogador que assimila muito bem o que lhe transmitem e a prova é que o treinador depositou nele é uma prova disso mesmo».