Esta reta final de campeonato mostra-nos sempre algumas surpresas. O jogo de Vila do Conde foi uma delas.

Ao longo da época, vimos um Rio Ave a jogar um futebol positivo, com boas soluções. Sobretudo nos jogos em casa.

Mas neste período de decisões, há valores que falam mais alto.

O sonho europeu do Rio Ave exigia um triunfo nesta partida. A equipa de Nuno Espírito Santo pôs de lado o futebol bonito e olhou mais para o resultado. Podia ter corrido mal, mas acabou por fazer sentido.

Se o Rio Ave jogava para a Europa, o Gil Vicente lutava pela salvação. Uma derrota colocaria os gilistas em maus lençóis. Mas a verdade é que, em várias fases da partida, os barcelenses pouco fizeram para merecer outra sorte.

A primeira parte começou mal, com um jogo morno, de estudo mútuo e demasiados receios.

O golo de Rodriguez (um central a marcar em lance oportuno) parecia ter aberto caminho a uma tarde relativamente tranquila para os vila-condenses. E após o 1-0, o Rio Ave até deu mostras de estar perto do segundo.

Mas foi sol de pouca dura. Em poucos minutos, a partida voltava ao torpor inicial.

O segundo tempo chegou com dados um pouco diferentes. O Rio Ave recuou, o que, para quem vencia apenas por 1-0, não parecia estratégia muito prudente.

O recuo vila-condense convidou o Gil a procurar a sorte. E ela apareceu mesmo, num golaço de Vilela, aos 66.

Afinal, tínhamos jogo. Num segundo fôlego, o Rio Ave fez pela vida e acabou por justificar a reposição da vantagem. Cláudio derruba Braga na área e leva segundo amarelo. Hassan, com frieza, faz o 2-1, de penalty.

Com menos um, o Gil tinha tarefa ingrata para os últimos minutos. Mesmo assim, ainda tentou o empate e reclamou por grande penalidade, em lance em que a bola bate, com violência, no corpo de Hassan.

Com mais espaços, o Rio Ave teve oportunidades para fazer o 3-1, mas o mais importante já estava conseguido.