O Rio Ave operou uma sensacional reviravolta na receção ao Nacional da Madeira, estragando o regresso de Manuel Machado à Liga portuguesa. Resultado algo pesado para os visitantes, punindo a imprudência de Manuel da Costa com uma hora de jogo. 2-1, golos de João Tomás e Tarantini. Os homens de Vila do Conde chegam à zona europeia.

Tomás e Tarantini atravessam uma fase de inspiração tremenda, contribuindo para a subida do Rio Ave na tabela classificativa. O golo do médio, a escassos minutos do final, estragou a noção de equilíbrio na partida, já depois do tento inaugural de Diego Barcellos, ainda na primeira parte.

Manuel Machado de regresso a uma Liga que teria saudades dele, das declarações aprumadas e abordagens táticas complexas, umas vezes eficazes e outras nem tanto.

Em Vila do Conde, após a vitória na estreia para a Taça de Portugal (4-0), o experiente treinador dispôs o seu Nacional num 4x4x2 losango que garantia segurança a defender e capacidade de resposta através dos talentosos Rondón, Mateus e Diego Barcellos.

Nacional com capacidade de resposta

Após boa entrada em campo e uma réplica interessante do Rio Ave, surgiu a primeira ocasião flagrante de golo para os visitantes. Erro de Carlos Xistra ao assinalar castigo máximo a Tarantini. O médio foi agarrado e fez um carrinho aparentemente limpo. Avaliação estranha do juíz.

Jan Oblak, talento extremamente interessante entre as redes, adivinhou a intenção de Claudemir e defendeu a grande penalidade. Esperanças renovadas para um Rio Ave que, ainda assim, apresentava escasso leque de soluções a atacar.

Nuno Espírito Santo colocou Braga numa posição pouco convencional, surgindo entre o centro e a extrema esquerda, dividindo a exploração do flanco com Filipe Souza. Essa dinâmica não surgiu com regularidade e a equipa da casa ressentiu-se.

Ukra procurava criar desequilíbrios pelo flanco contrário mas seria o Nacional a inaugurar o marcador. Após bom trabalho de Rondón na direita, Revson surgiu à entrada da área para um disparo forte, perigoso. Oblak sacudiu para a frente e Diego Barcellos aproveitou para faturar.

História mudou com uma hora de jogo

O Nacional tirava proveito de um desdobramento rápido para o ataque, enquanto o Rio Ave lamentava apenas uma boa oportunidade desperdiçada por João Tomás (16m) e esperava responder na segunda metade.

Assim foi. Nuno manteve o onze, embora o lado esquerdo do ataque continuasse órfão de um homem a tempo inteiro. Até que, com uma hora de jogo, nova grande penalidade redundou numa inversão da história do encontro.

Braga tentou cavar um castigo máximo. De forma pouco convincente, saliente-se. Viu um cartão amarelo mas, um minuto depois, caiu novamente na área do Nacional da Madeira.

Após falha de Mexer, Manuel da Costa procurou dividir o lance com Braga. O homem do Rio Ave chegou primeiro à bola, deu um ligeiro toque e aproveitou o contacto do central para convencer Carlos Xistra.

Houve um nítido aproveitamento de Braga mas Manuel da Costa acaba por ser ingénuo, ainda por cima para um jogador já amarelado. Penalty, segundo cartão e o Nacional reduzido a dez. João Tomás assinou o empate.

O resultado aceitava-se perante as incidências do encontro mas, em superioridade numérica, a equipa de Vila do Conde chegou mesmo ao golo da vitória. Tarantini, inspirado, desviou de cabeça após livre cobrado por Ukra (89m). Reviravolta completa.