O início da carreira de Rodrigo está muito ligado a outro talento: Thiago Alcântara. O novo talento do Barcelona cresceu aliás ao lado do avançado benfiquista. Por isso mantêm uma forte amizade. Conheceram-se na escola primária, quando ambos foram estudar para o Colégio Anglo-americano.

«Eu e o Mazinho, pai do Thiago Alcântara já nos conhecíamos de jogar um contra o outro, porque eu era do Flamengo e ele do Vasco da Gama. Quando ele voltou ao Brasil, os nossos filhos foram juntos para um colégio na Barra da Tijuca e ficamos mais amigos», conta Adalberto Machado.

As histórias começaram então a confundir-se. «Jogaram juntos na escolinha Professor Barril e foram juntos fazer testes ao Flamengo. Ficaram e foram campeões da Copa Jornal dos Esportes.» Já nessa altura eram dois talentos: Thiago foi eleito o melhor jogador e Rodrigo o melhor marcador.

Rodrigo, o goleador brasileiro que nunca jogou na rua

Entretanto Adalberto Machado e Mazinho tiveram a ideia de desenvolver um projecto de representação de jogadores em Vigo, mudaram-se para Espanha e as famílias foram com eles. Thiago e Rodrigo mantiveram-se juntos e foram jogar para um pequeno clube chamado Ureca. Conclusão: mais um título.

«Se me lembro deles? Como podia não lembrar?! Nessa altura o Celta de Vigo era sempre campeão, eles chegaram e fomos nós os campeões», conta Javier Lago, que foi treinador de ambos no pequeno Ureca. «Nós não descobrimos nada, eles já jogavam juntos no Flamengo e já eram dois talentos.»

Javier Lago conta nesta conversa com o Maisfutebol que pouca coisa mudou desde então. «Tinham 12 anos quando chegaram. Nesse ano não fomos campeões, porque jogavam com miúdos um ano mais velhos. Quando se tornaram infantis de segundo ano, então sim fomos campeões», lembra.

«O Thiago já era um jogador do último passe. Era um médio talentoso, que gostava de pegar no jogo e assumir o comando. O Rodrigo era um matador: enquanto o Thiago criava as jogadas, ele concretizava-as. Guardo boas recordações, eram dois jovens divertidos, boas pessoas e muito bem formados.»

«Rodrigo é protótipo do avançado completo»

Após os dois anos no Ureca, nenhum deles passou a iniciado: Thiago foi contratado pelo Barcelona, Rodrigo deu o salto para o Celta de Vigo. «Não foi nada premeditado, aconteceu irmos para a Europa e eles irem connosco, mas foi uma mudança importante na carreira de ambos», conta Adalberto Machado.

«O treinador Javier Lago era um homem muito paciente, um bom treinador, que os ajudou a crescer num futebol mais colectivo. No Brasil os miúdos jogam cada um para si, gostam de fazer tudo sozinhos. Em Espanha o Rodrigo aprendeu a ser um jogador de equipa, foi um passo importante para ele.»

O pai orgulha-se de resto do facto de Rodrigo nunca ter falhado no que era mais importante: fazer golos. «Chegou ao Celta e Vigo e marcou no primeiro jogo, chegou ao Real Madrid C e marcou no primeiro jogo, chegou ao Castilla e marcou no primeiro jogo. O Rodrigo nasceu para fazer golos.»