Rubens Júnior deixou de ser jogador do F.C. Porto a 15 de Janeiro, dia em que rescindiu contrato. Tinha mais alguns meses de ligação, mas preferiu colocar um ponto final na sua carreira em Portugal e regressar ao Brasil. Ainda ficou algum tempo por cá, mas como não recebeu qualquer proposta concreta de um clube europeu, foi para o outro lado do Atlântico e aceitou o primeiro convite que recebeu, por parte do Coritiba.
Mas tudo isto poderia ter sido bem diferente, caso tivesse sido cumprida uma última promessa. No início do mês de Dezembro, de forma totalmente surpreendente, foi chamado a trabalhar com o plantel principal, após tanto tempo na equipa B. Sem laterais-esquerdos (Nuno Valente lesionado), Victor Fernández decidiu repescar Rubens e chegou a dar-lhe esperança de defrontar o Gil Vicente.
Depois de recordar dois bons momentos vividos com a camisola azul e branca, como a vitória sobre o Real Madrid na Liga dos Campeões (2-1) e a conquista da Taça de Portugal, quando cruzou para o golo de Jardel, tudo na temporada 99/00, falou de uma grande felicidade vivida no final de 2004:
«A maior alegria que tive em Portugal foi agora há pouco tempo, quando me chamaram ao plantel. Estava na equipa B e o Victor Fernández mandou-me treinar com o plantel principal, disse que me ia aproveitar, porque gostava do meu futebol. Lembrava-se de mim quando ainda treinava o Celta de Vigo e costumava ver o Porto. Para ele eu devia ser titular e que ia contar comigo, porque ia ser jogador dele. O presidente também me disse que iam voltar a aproveitar-me e até falou na possibilidade de renovar. Treinei aquela semana, mas no final tudo não passou de ilusão, o que me levou a perceber que tinha terminado o meu ciclo no clube e tinha de me ir embora. [Suspiro] Já passou.»
A contratação de Leandro ao Cruzeiro serviu de certeza. «O que agradou mais foi que provei a mim mesmo que com paciência e trabalho podia passar uma barreira muito grande que existia entre mim e o clube. Provei na equipa B que tinha valor e cheguei a conquistar o Torneio do Vietname, o meu último título pelo F.C. Porto», lembrou. De qualquer forma, fica a amargura: «O que hoje é verdade, amanhã é mentira. É assim o futebol. Naquela semana estive bem, chegou a falar-se da possibilidade de ser convocado para o jogo com o Gil Vicente, tirei as medidas do fato e escolhi a roupa, mas depois disseram-me que não podia jogar porque não era possível inscreverem-me na Liga. Tudo tinha terminado».
Marítimo não, Coritiba sim
Feliz no Coritiba, mas com pouco ritmo, o que o leva a cumprir exercícios específicos de preparação, Rubens Júnior só pensa em jogar. «Aceitei o desafio porque queria voltar a trabalhar e ser reconhecido. Sabia que aqui ia ser bem recebido e acarinhado. Sei que estou no clube que vai lutar por títulos e, por isso, espero ser feliz», conta, sabendo que terá como principal adversário o ex-colega Maciel, que está emprestado ao Atlético Paranaense.
A escolha pelo Brasil surgiu porque havia uma enorme necessidade de mudar, o que explica a nega ao Marítimo no início da temporada. «Tinha intenção de ficar na Europa, mas não em Portugal. Foi por isso que não aceitei ira para o Marítimo. Não por ter algo contra o clube, porque sei que é um bom clube, de quem o Pena fala muito bem, mas porque sentia que em Portugal já não seria novidade, mas apenas mais um. Sei que se chegar a um país diferente posso mostrar algo diferente, enquanto que se continuasse por aí daria apenas continuidade à carreira», abordou, confessando que ainda ficou quinze dias em Portugal, esperando por propostas diferentes.
Aos 30 anos, e após passagens por Palmeiras, Atlético Paranaense, Botafogo, Atlético Mineiro e V. Guimarães, Rubens Júnior acredita que pode voltar a jogar com algum fulgor, representando o Coritiba.