Sim, são nomes portugueses e figuram nas camisolas de algumas das principais figuras da Liga Americana de Beisebol (MLB), que iniciou na última semana. Existe uma certa tradição de bons jogadores desta modalidade com ascendência portuguesa, sendo o desporto para as grandes massas na América com maior penetração das raízes lusitanas.

O primeiro foi Lew Fonseca, que foi jogador, mas destacou-se como treinador dos Chicago White Sox, onde introduziu nos anos 80 do século passado a análise vídeo do desempenho dos atletas durante um encontro. Depois veio Billy Martin, filho de pai açoriano e treinador dos Yankees/A’s na mesma altura. Ligeiramente mais velho, Joe Abreu jogou na liga profissional durante nove anos e serviu a marinha dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial. Todos eles já morreram.


Uma nova geração surgiu na década de 90, com Sid Fernandez (de ascendência portuguesa e espanhola), Davey Lopez (de ascendência portuguesa e cabo-verdiana), Rod Correia (nos Los Angeles Angels) e Ronald Douglas Correia (California Angels), todos eles já retirados.



Atualmente destacam-se quatro nomes, todos na MLB. Mark Teixeira será o mais conhecido, assumindo-se como figura dos New York Yankees, seguido de Kevin Correia, um dos nomes mais sonantes dos Pittsburgh Pirates. Mas é nos Boston Red Sox, os campeões em título, que reside o mais importante contingente de raízes lusitanas, composto por Jonny Gomes, Dustin Pedroia (também italiano) e Shane Victorino (também de ascendência japonesa).

Todos eles têm falado sobre a ascendência portuguesa, mas não parecem cultivá-la ativamente. O nome está lá nas camisolas e faz-se notar, quase sempre pelas melhores razões. Esta semana, porém, um deles foi muito falado devido à visita dos Boston Red Sox à Casa Branca, onde foram homenageados por Barack Obama.

Gomes, Jonny Gomes, apareceu vestido assim perante o presidente dos Estados Unidos.




O jogador quebrou o protocolo e surgiu com um casaco com as cores da bandeira dos Estados Unidos, sendo entendido por uns como um sinal de respeito e por outros como extremo mau gosto. «Parecia um vendedor de automóveis no dia do Presidente», gracejou um dos jornalistas presentes no evento.

Gomes encarou tudo com grande sentido de humor.




No final foi mesmo um dos mais solicitados pelos media para prestar declarações. «O Presidente aprovou o meu casaco e até disse que gostava. Olhou-me nos olhos e disse: bom casaco», explicou Jonny.

O momento foi eternizado por outro americano de ascendência portuguesa, o fotografo oficial de Barack Obama, Pete Souza, um confesso adepto dos Boston Red Sox.




«Não vale a penas fazer disto grande história. Sou apenas um patriota, seja no que visto ou nas posições que tenho. Não queria distrair ninguém e espero que não o tenha feito. Sinto-me apenas abençoado pela minha liberdade e pelo que a bandeira representa», frisou Gomes.

O colega David Ortiz, a grande estrela da equipa, aprovou o arrojo.




E Jonny Gomes aproveitou para posar junto aos retratos de mais dois presidentes: