Sá Pinto não quer fazer, para já, um balanço do seu trabalho como técnico do Sporting, disse que o fará «na altura certa», mas não tem dúvidas de que tem motivos para estar «orgulhoso». Em pouco mais de um mês no comando, os leões superaram duas eliminatórias da Liga Europa e ganharam três de quatro jogos do campeonato. O afastamento do City foi, por isso, a confirmação das suas capacidades como treinador? Sá Pinto entende que o sucesso assenta no plantel de 27 jogadores que tem em mãos e do qual não prescinde de nenhum.

«O caminho faz-se caminhando. É importante ganharmos, obtermos resultados positivos e solidez, o meu papel... isto é um jogo de jogadores, eles são os grandes intérpretes. Eu oriento, guio e, felizmente, essas ideias estão a ser realizadas. Sinto-me orgulhoso, sinto que sou válido, tanto eu como a minha equipa técnica. Temos de continuar a caminhar e a criar metas consecutivas. Não há tempo para euforias, temos uma grande vontade de vencer o próximo jogo e é nisso que estou focado, em ajudar a equipa», defendeu Sá Pinto, neste domingo, na antevisão da jornada de segunda-feira, em Barcelos.

Frente ao Gil Vicente, o técnico quer «manter a mesma organização e postura» revelada frente aos «citizens». «Os jogadores já perceberam que só há um caminho: rigor, disciplina tática e vontade de ganhar. E isso está presente», sustentou.

À chegada a Lisboa, depois da importante conquista europeia, a equipa tinha cerca de três mil adeptos à espera, uma euforia que Sá Pinto gostou de sentir, mas que espera ter sido já totalmente assimilada. «Foi uma grande demonstração de carinho por uma equipa que mereceu todo esse apoio, que mostrou espírito de equipa, solidariedade, foi uma grande demonstração de uma noite sportinguista. Mas no futebol é tudo efémero, temos de ter alguma contenção, não vivemos nesse estado de espírito. Vivemos de forma concentrada. Os jogadores percebem que vai ser um jogo muito difícil em Barcelos, frente a uma equipa combativa, com vontade de pontuar», observou.

Sá Pinto na última vitória em Barcelos

Foi, precisamente, com Sá Pinto dentro de campo que o Sporting ganhou pela última vez em Barcelos, com dois golos seus. O treinador não se lembrava. «Já lá vai algum tempo, não me recordava disso. Mas não há segredos para vencer. É um jogo coletivo, ninguém joga sozinho e fui ajudado. Lembro-me que foram dois bons golos e numa altura importante porque conseguimos ganhar. Temos de estar muito concentrados até ao apito final. Em alta competição, não nos podemos desviar um centímetro do planeado porque pode ser fatal e é isso que pretendo da nossa equipa. Até ao apito final nada está ganho», lembrou.

Sá Pinto não quis assumir a luta pelo terceiro lugar da Liga, dizendo apenas que «a equipa está concentrada no jogo com o Gil Vicente». E, neste âmbito, disse estar «descansado quanto à forma como vão abordar o encontro» com os minhotos.

O treinador também não gosta de individualizar ou de antecipar cenários, no caso desta conferência, sobre a evolução de Matías, a renovação de Rui Patrício ou a entrevista de Izmailov de que agora têm mais liberdade, ou ainda sobre o Metalist.

«Matías e todos os outros, em todos os sectores, têm sido inexcedíveis. É um plantel que tem qualidade e que acredita na sua qualidade. São rigorosos e revelam enorme vontade de vencer», analisou apenas , acrescentando: «Estou muito orgulhoso dos 27 jogadores que tenho e não prescindo de nenhum.»