O dérbi de sábado, com o Sporting, trouxe algo incomum na equipa do Benfica: a utilização de cinco portugueses por Jorge Jesus. André Almeida, Sílvio e Ruben Amorim foram titulares, André Gomes e Ivan Cavaleiro entraram na segunda parte.

Não foi original, é verdade, mas foi pouco normal. Sobretudo nos últimos quatro anos: nunca por exemplo nas últimas quatro temporadas Jorge Jesus utilizou mais de cinco jogadores.

Por isso a resposta à pergunta que dá título a este artigo só se encontra na primeira temporada de Jorge Jesus no Benfica: em 2009/10, no ano do título, houve três jogos em que o treinador utilizou mais de cinco jogadores.

O recorde aconteceu a 17 de dezembro de 2009, num jogo da Liga Europa com o AEK Atenas, e a 17 de outubro de 2009, num jogo da Taça de Portugal com o Monsanto: o Benfica utilizou sete portugueses, algo nunca mais visto sob a orientação de Jorge Jesus.

Luís Filipe, Miguel Vítor, Roderick, Fábio Coentrão, Carlos Martins e Nuno Gomes foram titulares, César Peixoto entrou na segunda parte do jogo com o AEK Atenas, Moreira, Ruben Amorim, Fábio Coentrão, César Peixoto, Carlos Martins e Nuno Gomes foram titulares frente ao Monsanto, Miguel Vítor entrou na segunda parte.

O Benfica venceu os dois jogos, por 2-1 e 6-0, respetivamente.

O terceiro jogo que trouxe mais de cinco portugueses em campo aconteceu também em 2009: a 27 de agosto, num jogo do play-off da Liga Europa com o Vorskla Poltava, Jorge Jesus utilizou seis portugueses: Moreira, Luís Filipe, Fábio Coentrão, César Peixoto e Nuno Gomes foram titulares, Ruben Amorim entrou na segunda parte.

A temporada do título foi de resto um caso anormal: o Benfica efetuou 51 jogos oficiais, em quinze deles Jorge Jesus utilizou cinco portugueses, num utilizou seis e em dois utilizou sete jogadores nacionais.

Para se perceber como foi algo pouco comum com o treinador encarnado, basta dizer que nas quatro épocas seguintes nunca mais utilizou seis ou mais portugueses num só jogo, sendo que apenas em sete ocasiões utilizou cinco jogadores nacionais.

Ou seja, em 181 jogos oficiais feitos depois do título de 2009/10, apenas em sete deles Jorge Jesus utilizou cinco portugueses (entre titulares e suplentes utilizados). Curiosamente, em dezanove jogos (mais do dobro, portanto) não utilizou qualquer jogador nacional.

Ora o último jogo que levou cinco portugueses com a camisola do Benfica para dentro de campo aconteceu no sábado, no dérbi com o Sporting.

Os outros seis encontros foram:

- Cinfães (1-0), para a Taça de Portugal, a 19 de outubro (Sílvio, Steven Vitória, Ruben Amorim, Ivan Cavaleiro e Bernardo Silva)
- Académica (3-2), a 9 de janeiro, para a Taça da Liga (Paulo Lopes, Roderick, Luisinho, André Gomes e Carlos Martins)
- Freamunde (4-0), a 18 de outubro de 2012, para a Taça de Portugal, (Paulo Lopes, André Almeida, Luisinho, Carlos Martins e André Gomes)
- Naval (1-0), a 18 de novembrode 2011, para a Taça de Portugal (Eduardo, Miguel Vítor, Ruben Amorim, Nelson Oliveira e David Simão)
- Portimonense (1-1), 13 de março de 2011, para a Liga (Moreira, Luís Filipe, Roderick, César Peixoto e Nuno Gomes)
- Marítimo (2-1), 1 2 de janeiro de 2011, para a Taça da Liga (Moreira, Fábio Faria, Carlos Martins, Ruben Amorim e César Peixoto)

Esta época já aconteceu portanto por duas vezes: costuma ser a média dos últimos quatro anos, dois jogos com cinco portugueses em campo em cada um deles.

A exceção, como já se disse, foi a primeira temporada: Jesus utilizou mais portugueses nessa época apenas do que nas quatro temporadas seguintes. O que nem se explica com o número de jogadores nacionais no plantel: nesse ano tinha onze, esta época tem sete.