Sebastian Coates falou do presente e do passado, explicou um pouco o estilo do atual treinador do Sporting, Marcel Keizer, recordou Jorge Jesus e revelou o que o fez ficar no clube após as agressões ocorridas em Alcochete.

O central uruguaio começou por elogiar os métodos do técnico holandês. «Pediu-nos para atacar, marcar golos e pressionar», disse em entrevista a O Jogo.

Com a convicção de que a equipa vai «melhorar esses aspetos de jogo para jogo», Coates afirmou que «os treinos são muito bons, com muita dinâmica o que ajuda a «ganhar condição física».

No entanto, o defesa sul-americano rejeitou a ideia de existir um tiki-Keizer: «Não sei se posso batizar o seu estilo dessa maneira. É bom para os jogadores que os treinadores tenham uma ideia clara de jogo. Isso sim.»

Keizer chegou ao Sporting nesta temporada, enquanto Coates foi contratado aos leões quando Jorge Jesus trocou o Benfica pelo rival leonino.

O internacional uruguaio recordou que teve uma conversa com o agora treinador do Al Hilal, antes de assinar pelo Sporting, e que o técnico «merecia mais» no que respeita a conquistas com os leões.

«Jesus é um dos responsáveis pelo facto de estar no Sporting», referiu Coates, que acrescentou depois: «É um treinador que tem uma grande capacidade para conseguir o que quiser das suas equipas. Defensivamente, ensinou-me uma tática que nunca tinha experimentado. Trouxe-nos resultados. Tem muita experiência e quiçá a forma como terminou não tenha sido a melhor. Merecia mais, por tudo o que fez no Sporting.»

«Precisava de dar outra oportunidade ao Sporting»

A saída de Jorge Jesus produziu-se após um dos episódios mais negros da história do clube de Alvalade. O ataque à Academia e aos jogadores, a consequente derrota na Taça de Portugal.

Coates não gosta de voltar a esse período, mas falou sobre ele e explicou que «foi uma decisão muito difícil» não ter avançado para a rescisão, como outros colegas fizeram.

O defesa revelou os argumentos que o fizeram ficar: «Estávamos todos muito magoados pelo que se tinha passado. Fui para o Mundial falei muito com a minha família e cheguei à conclusão que havia muita gente que não tinha sido responsável pelo ato de uma minoria. Também havia um clube que me tinha aberto as portas e que me tinha tratado muito bem. As decisões de cada um de nós, fosse no sentido de ficar ou ir embora, foram muito difíceis. Optei por continuar no Sporting por todas as coisas que tinham feito por mim desde 2016. Precisava de dar outra oportunidade ao clube.»

Coates assumiu também que o texto publicado pelo então presidente Bruno de Carvalho após a derrota com o At. Madrid o deixou chateado.