A Seleção Nacional de sub-17 redimiu-se da derrota diante da Hungria (0-1) na ronda inaugural e bateu a Rússia por 2-1, recuperando a possibilidade de qualificar-se para os quartos de final do Europeu da categoria que está a decorrer na República da Irlanda e, em simultâneo, a ambicionada qualificação para o Mundial que vai decorrer no Brasil. A equipa de Emílio Peixe terá, agora, de vencer a Islândia, na última jornada para passar à fase a eliminar. 

O FILME DO JOGO

O selecionador português promoveu alterações em todos os sectores, em relação à equipa que tinha perdido, na ronda inaugural, com a Hungria (0-1), e isso teve reflexos na forma como a equipa encarou o jogo esta tarde. Uma equipa com mais posse de bola, a conseguir pressionar alto e colocar, desde cedo, muitos problemas à defesa russa.

A verdade é que Portugal entrou forte no jogo, assumindo o controlo do meio-campo e conseguindo profundidade pelas alas, com Gerson Sousa e Bruno Tavares muito ativos sobre os flancos. A Rússia entrou em campo a jogar com três centrais e dois alas muito adiantados, que permitiam aos extremos portugueses explorara os espaços nas suas costas.

Portugal pressionava alto e obrigava a Rússia a cometer erros atrás de erros. Gerson Sousa deu o primeiro sinal, logo a abrir, com o primeiro remate do jogo. Portugal atacava por todos os lados e a Rússia não conseguia responder. Viu-se muitas vezes jogadores russos de braços levantados a pedir linhas de passe aos companheiros. O primeiro golo do jogo, aos 16 minutos, chegou assim com naturalidade. Bom trabalho de Gerson Sousa sobre a esquerda, com cruzamento para o lado contrário onde surgiu Gonçalo Batalha, entre dois adversários, a rematar. A bola ainda foi à trave, mas entrou.

Portugal estava claramente por cima do jogo e, até ao intervalo, contou com várias oportunidades para voltar a marcar, com destaque para os lances protagonizados por Rafael, Tiago Tomás e Tomás Araújo. A Rússia não conseguia acertar o passo e mal conquistava a bola, devolvi-a a Portugal, simplesmente por falta de soluções. Prova disso é que o selecionador russo viu-se obrigado a mexer na equipa ainda a meio da primeira parte.

O intervalo chegou com Portugal com uma vantagem mínima, mas a segunda parte seria bem diferente. Com mais duas alterações ao intervalo, Dmitri Khomukha fez mais duas alterações e mudou por completo a estrutura da sua equipa. Passou a defender com uma linha de quatro, ganhou criatividade no centro com Samidov e profundidade no ataque com o talentoso Shapovalov. Emílio Peixe também foi refrescando a equipa, mas neste caso, a equipa perdeu qualidade.

No entanto, neste limbo, enquanto as equipas iam assimilando as alterações, Portugal voltou a marcar, logo aos 50 minutos. Recuperação de Tiago Tomás sobre a direita, abertura para Tiago Ribeiro, para a zona central, que, por sua vez, abre para Gerson Sousa atirar a contar. Um golo a juntar a uma assistência ao jogador do Benfica. Um 2-0 que ia ao encontro dos interesses portugueses que, com este resultado, até podiam empatar com a Islândia na última ronda.

Mas, como já tínhamos dito, a Rússia estava a crescer. A olhos vistos, diga-se. Shapovalov fazia a cabeça em água à defesa portuguesa com uma série de incursões, numa altura em que o jogo estava bem mais aberto. A verdade é que a Rússia ficava já eliminada em caso de derrota e arriscou tudo na frente. Uma falta de Filipe Cruz sobre Schetinin em plena área, permitiu Shetinin reduzir a diferença e devolver a esperança à Rússia.

O jogo seguiu aberto, Portugal podia ter chegado ao 3-1, com destaque para mais uma oportunidade de Gerson Sousa, mas a Rússia também teve o 2-2 num lance individual do imparável Shapovalov.

Portugal conseguiu manter a curta vantagem que lhe permite chegar à última ronda a depender de si próprio para chegar aos quartos de final, mas para isso tem mesmo de vencer a Islândia no próximo sábado. Nas contas do Grupo C, a Hungria, com seis pontos, já está apurada, enquanto a Rússia, com zero, fica desde já pelo caminho.

FICHA DO JOGO

Estádio Belfield Bowl, em Dublin

Árbitro: Krzysztof Jakubik (Polónia)

PORTUGAL (4x3x3): Samuel Soares; Filipe Cruz, Tomás Araújo, Quaresma e Rafael Brito; João Daniel, Gonçalo Batalha (Daniel Rodrigues, 64m) e Tiago Ribeiro (Paulo Bernardo, 76m); Bruno Tavares (Henrique Pereira, 81m), Tiago Tomás (Daniel Silva, 64m) e Gerson Sousa.

RÚSSIA (3x5x2): Alekseev; Ushakhin, Mukhin (Shamkin , 46m) e Kotin; Denisov (Avanesyan, 63m), Vorobyev, Shmakov (Savinov, 46m) e  Konyukhov; Melnikov (Gubzhokov, 34m), Golyatov (Shapovalov, 53m) e Schetinin.

Ao intervalo: 1-0.

Marcadores: Gonçalo Batalha (16m), Gerson Sousa (50m) e Schetinin (68m, gp).

Disciplina: Filipe Cruz (67m) e João Daniel (89m).

Resultado final: 2-1.

Classificação do Grupo C: Hungria, 6 pontos (3-1 em golos); Islândia, 3 (4-4); Portugal, 3 (2-2); Rússia, 0 (3-5).