O vento levava quase tudo, mas Portugal levantou o braço e disse presente nas meias-finais do Europeu de sub-19.

A equipa orientada por Hélio Sousa venceu a Rep. Checa por 2-1, em Tbilisi, capital da Geórgia e não só garantiu a fase seguinte como o primeiro lugar do grupo.

Rui Pedro voltou a marcar o golo decisivo num jogo em que a seleção portuguesa passou de menos a mais e, lá está, apanhou um susto tremendo já nos descontos.

Hélio fez duas alterações em relação ao primeiro onze. Uma devido à suspensão de Gedson Fernandes (entrou Miguel Luís), outra por opção: saiu Rafael Leão, entrou Mesaque Dju. Dois nomes decisivos nesta partida.

Portugal sabia que um triunfo lhe garantia entrar nas quatro equipas finais em prova, tentou dominar desde o início, mas a meio da primeira parte já os checos estavam por cima.

O melhor que a seleção tinha conseguido até aí era um remate de fora de área de Mesaque Dju. O melhor, como quem diz, porque o melhor mesmo foi a defesa espantosa de Diogo Costa. O remate de Hlavaty saiu na direção do guarda-redes português, mas foi tão em cima e rápido que Diogo Costa precisou de reflexos para evitar o golo.

Esse lance sucedeu aos 18 minutos e a Rep. Checa já estava por cima nesse momento. O lateral-direito Holik fez vários cruzamentos para a área nacional, mas só depois do 0-1 teve rendimento.

Ora, um pouco contra a corrente do jogo, os sub-19 portugueses chegaram ao golo. A exibição era pouco consistente, sem qualidade na posse de bola, mas João Filipe saiu da pressão e apresentou Domingos Quina ao flanco direito dos checos: o tal onde Holik teimava em subir e onde o português do West Ham surgiu a ultrapassar adversários até cruzar para Mesaque Dju fazer o 1-0 de primeira.

Os checos pouco sentiram o golo, porém. Cinco minutos depois, empataram. Holik lá cruzou pela enésima vez e Graiciar surgiu ao segundo poste para levar o jogo empatado para o descanso.

Portugal necessitava de rever processos, mas, sobretudo, precisava de ser mais energético. Algo que conseguiu na segunda parte. Mais ativos, melhores nas transições e no passe, os jogadores nacionais apareceram com maior regularidade na área contrária. Ainda assim, Hélio Sousa queria mais. Queria o 2-1 que qualificava a equipa. Tirou João Filipe aos 69 e aos 74 minutos Rafael Leão, o substituto, inventou espaço na esquerda. Cruzou para o segundo poste e Rui Pedro, de cabeça, fez o 1-2 final.

Hélio percebeu que o adversário podia reagir e preveniu antes que fosse necessário remediar. Lançou Florentino no lugar de Domingos Quina para refrescar o miolo e Portugal tinha controlo aparente do jogo.

Nos 90 minutos, o treinador assumiu mesmo: era para não deixar passar nada no miolo e, assim, saiu o extremo Dju e entrou o médio Bruno Paz. Nesse momento, havia um livre em cima da linha de meio-campo a favor do adversário.

O vento foi uma constante no jogo, percebia-se pelas bandeiras no estádio e nas bandeirolas no relvado. Chalus bateu longo, a bola subiu e voou, voou e voou até passar por cima de Diogo Costa e acabar no fundo das redes nacionais.

Espanto total, celebração do lado checo e portugueses com mãos na cabeça do outro. Um cenário que rapidamente mudou, com o árbitro do encontro a invalidar o 2-2: disse que tinha o braço levantado e que, por isso, o livre seria indireto.

Os portugueses respiraram de alívio, os checos protestaram. Na hora e logo após o apito final, que confirmou Portugal como primeiro semifinalista deste Euro sub-19 na Geórgia.