Este sábado foi o dia.

À semelhança do que faz há quatro anos consecutivos, a Federação abriu as portas da Cidade do Futebol e recebeu todos os adeptos da Seleção Nacional. Desta vez, o Maisfutebol esteve presente e testemunhou a felicidade com que as famílias vivem o dia. 

Antes de mais, é preciso perceber que a iniciativa se destina sobretudo aos mais novos. Vestem a camisola do equipamento preferido, dão a mão ao pai, à mãe ou ao avô e enchem o coração de sonhos: um dia querem ser como os ídolos e fazerem daquele espaço uma segunda casa.

Pelo caminho, e para não baixar a euforia, encontram imensas atividades disponíveis para jogar e brincar com os mais próximos: futebol, bubble football, e-football, matraquilhos, insufláveis, ténis de mesa, pinturas faciais, entre muitas, muitas outras.

Das conversas que fomos tendo com algumas famílias, sobretudo com os elementos mais novos, que estavam sempre com um sorriso na cara, deu para perceber como este Open Day significa uma jornada de enorme entusiasmo. Um dia em cheio, na verdade.

Vasco, por exemplo, é um jovem guarda-redes que apareceu na Cidade do Futebol equipado com a camisola do Lusitano de Évora. Ele e a família tinham viajado desde o Alentejo para viver este dia em comunhão. 

«Estou a gostar, já fui à visita guiada e já joguei futebol. Sou guarda-redes do Lusitano de Évora e defendo bem», contou.

Já Brian, cidadão neerlandês que reside e trabalha no nosso país, confessou que foi participar no Open Day por ser um apaixonado por futebol.

«Nos Países Baixos sou do Go Ahead Eagles e aqui em Portugal sou do Benfica. Nós também temos uma cidade do futebol, o KNVB Campus, que tem condições muito boas. A Federação Portuguesa fez aqui um bom trabalho. Estas iniciativas são muito boas e incentivam a prática de desporto.»

Em jeito de brincadeira, o Maisfutebol perguntou a este adepto se já tinha visto as taças, e em particular a da Liga das Nações, conquistada em 2019, precisamente frente aos Países Baixos, com golo solitário de Gonçalo Guedes aos 60 minutos.

«Já vi, sim [risos]. Portugal mereceu vencer esse jogo.»

«Todos os dias apareciam aqui portugueses a quererem tirarem fotos com a taça do Euro 2016»

A cada hora eram iniciadas visitas guiadas à Casa dos Atletas, um espaço onde as seleções de futebol se reúnem durante os estágios. No futuro vão servir também as seleções de futsal, quando estiver concluído o pavilhão para a modalidade que começou a ser construído em 2022.

Ora as visitas à Casa dos Atletas abriam uma janela para conhecer os quartos dos atletas, as salas de estar e de jantar, a piscina de hidromassagem, os balneários e o ginásio, por exemplo. 

Mais havia mais, claro.

Um pouco ao lado, no edifício sede, visitavam-se os escritórios, o refeitório, o auditório e o lobby onde estão expostos os troféus das competições da Federação e, sobretudo, as grandes conquistas das seleções nacionais: a taça do Euro 2016 atraía, naturalmente, as maiores atenções.

Em conversa com o Maisfutebol, Cláudia Poças, diretora da Cidade do Futebol, explicou que a ideia do Open Day «surgiu após Portugal ter sido campeão da Europa, em 2016».

«Todos os dias apareciam aqui portugueses a quererem tirarem fotos com a taça e achámos claramente que teríamos a obrigação, e o dever ,de abrir as portas da Cidade do Futebol a todos os portugueses. Começou por ser o dia do imigrante, porque especificamente no mês de agosto tínhamos grupos enormes à porta da Cidade do Futebol. Fizemos um ano de experiência, com o Dia do Imigrante, e no ano a seguir, quando abrimos o nosso clube de fãs, o Portugal +, achámos por bem abrir isto a todos os portugueses, para virem cá passar um dia», acrescentou.

Cláudia Poças, que foi nomeada para o cargo ainda no decorrer das obras, fala com enorme carinho da Cidade do Futebol, aliás. Ela que sempre tratou aquele espaço «como um filho».

«Agarrei nesta casa numa fase muito inicial ainda, acompanhei todo o crescimento que teve e faço questão de a tratar com muito amor. Eventos  como este Open Day preenchem-nos completamente. É ter uma casa que podemos abrir para todos».

«É um dia em que eu venho mesmo para me divertir e brincar com as pessoas»

O Maisfutebol conversou também com Cândido Costa, antigo jogador de futebol, atualmente embaixador da Liga 3 e colaborador do Canal 11, que este presente neste Open Day vestido de segurança para animar quem visitava a Cidade do Futebol.

«Para mim é um dia especial. Primeiro porque está repleto de crianças, de juventude que traz um brilho, um olhar incrível, e que celebra também a minha pessoa. Fico muito feliz, porque é sinal que estou a fazer um trabalho positivo», começou por referir.

«Já no passado fiz aqui um Cândido on Tour neste Dia do Portugal +. É um dia em que eu venho mesmo para me divertir. Hoje a personagem é de segurança, o chefe dos seguranças no fundo, aquele segurança ‘mauzão’, mas daqui a pouco eu visto a minha roupa e vou brincar com as pessoas e entregar-me a elas.»

Pelo caminho o antigo jogador de clubes como o FC Porto e o Sp. Braga, entre muitos outros, explicou o prazer que sente em fazer parte do dia a dia da Federação, e em particular da Liga 3.

«Sinto-me muito feliz com o que estou a fazer no Canal 11. É verdade que não tenho formação, digamos, profissional, se a tivesse talvez ainda pudesse fazer melhor o meu trabalho, mas na verdade é só deixar fluir. É tentar ser o mais normal possível, ser empático com as pessoas e carinhoso, ser humilde e no fundo, não acreditar que seja eu o espetáculo: o espetáculo são os outros, a sua especificidade e as suas características. É deixar fluir», referiu.

«Acho que as pessoas hoje procuram o normal, o dia a dia em televisão. Na realidade estão cansadas, demasiado é demasiado. Eu faço futebol, eu faço desporto, portanto, é para divertir, é leve, é entusiasta, é apaixonante e gera muita paixão, muito fanatismo. Mas não deixa de ser só futebol, carolice associativismo, então é só deixar fluir para ser divertido. Sempre gostei do mundo da comunicação, já era um animador do balneário, e sempre achei que me sentia muito bem a representar, a fazer um boneco. Portanto, sim, seria mentira, se dissesse que não imaginava a fazer isto.»