Há muito tempo que Portugal não se via em tão má posição num apuramento para uma grande prova internacional. O empate em casa com o Chipre e a derrota na Noruega só tem comparação com o sucedido em 1998. Na altura, na qualificação para o Mundial de França, a selecção portuguesa falhou: e começou como agora, ou seja, empatou uma partida e perdeu a segunda. Não foi a primeira vez e também não foi a última.

Um penalty desperdiçado por Oceano em Erevan, na Arménia, foi o prenúncio do que ia acontecer à equipa portuguesa. A selecção viajou para o leste europeu e de lá trouxe um empate sem golos, frente a uma equipa que nada tinha feito no futebol, um país que se tornara independente da União Soviética há apenas sete anos.

No leste continuou Portugal. A deslocação seguinte foi ainda pior. O adversário tinha mais nome, ou melhor, estava a construí-lo, depois da separação da URSS. A Ucrânia bateu Portugal por 2-1. Um empate e uma derrota a começar um apuramento que «terminou» com a famosa expulsão de Rui Costa, na Alemanha, aplicada por um francês de nome Marc Batta.

Em Europeus? É preciso recuar até 1976

Houve outra qualificação para um Mundial na qual Portugal teve início idêntico. O grupo de apuramento para o Campeonato do Mundo de 1958 era, no entanto, constituído por apenas três equipas. A selecção empatou e perdeu com a Irlanda do Norte.

Quanto a Europeus, é preciso recuar mais do que aquele falhanço de 1998. Em 1976, a Selecção Nacional começou com um empate e uma derrota, esta, na segunda partida, por 5-0, frente à Checoslováquia. A igualdade foi logo na estreia, mas, neste caso, que não ficaria satisfeito com um nulo em Londres, perante a Inglaterra?

Antes, em 1968 aconteceu o mesmo, num grupo de quatro equipas: derrota em casa com a Suécia e empate com a mesma selecção fora de portas.

Resta dizer que em todas as qualificações acima descritas, Portugal nunca conseguiu o apuramento. Mau prenúncio, como o penalty de Oceano?