João Carlos Pereira assume ter ficado incomodado com a forma como foi afastado do comando técnico do Servette, uma vez que o emblema suíço decidiu fazer regressar João Alves ao cargo.

«Um dos principais credores do Servette é o João Alves, que, sei agora, sempre manteve contacto com o clube, pois o anterior presidente não assinou nenhum acordo de rescisão com ele. A verdade é que, sendo um dos maiores credores, a única via para tentar viabilizar o clube era reintegrar o João Alves, o que permite que as partes cheguem a um acordo quanto ao pagamento dessa dívida. Claro que é um assunto que não me diz respeito, mas tenho o direito de me sentir incomodado com a situação, porque, de facto, sou impedido de continuar o meu trabalho. Não por razões desportivas, mas por questões meramente financeiras», explicou o antigo treinador de Académica, Nacional, Moreirense, Estoril e Belenenses, entre outros.

Na declaração à sua assessoria de imprensa, João Carlos Pereira faz um balanço positivo da sua experiência no clube suíço. «Nenhum acordo me tira a satisfação de ter feito um trabalho profissional e de qualidade. Neste momento, apesar de todos os problemas que enfrentámos, o Servette está a três pontos de um lugar europeu. Foi difícil chegar até aqui, pois andámos longas semanas completamente sós, cada vez com menos recursos, num clima de incerteza quando à viabilidade do clube. Tive de enfrentar o desânimo dos jogadores, que muitas vezes não quiseram treinar, mas conseguindo sempre convencê-los a cumprir com as suas obrigações», afirmou.