Filipe Soares Franco quer mais coesão e solidariedade dentro do Sporting. No encerramento da 46ª edição dos Prémios Stromp, o presidente leonino preferiu não revelar se vai recandidatar-se, mas uma coisa é certa, está satisfeito com o trabalho que fez desde que tomou posse.
«O Sporting tem um enorme trabalho pela frente, ao nível da organização interna, da coesão, da modernidade e da ambição. Vou fechar um ciclo daqui a seis meses. Tive enorme prazer de estar neste ciclo e orgulho pela equipa que comigo salvou o Sporting. Tenho a consciência de que salvei o Sporting», argumentou.
Só em 2009 se saberá se Soares Franco pretende continuar ao leme, mas ficou a saber-se que o responsável acredita ter transformado o Sporting num clube que sabe aproveitar os seus atletas: «Até 15 de Janeiro todos saberão [se se recandidata]. Já sei qual a minha intenção e se a quisesse partilhar já o tinha feito. Nestes últimos três anos e meio [de mandato] de uma coisa me orgulho: transformar o Sporting num projecto desportivo feito por atletas do Sporting. Tenho a maior vaidade por estar em campo com oito atletas da formação. Isto só foi possível porque não vendemos os activos e criámos espírito de equipa. Mas não podemos ganhar sempre.»
«Não há solidariedade»
Apesar do balanço positivo, Filipe Soares Franco acredita que tudo poderia ter sido melhor se houvesse «mais solidariedade» dentro do clube: «No Sporting não há solidariedade e sem isso não se constrói nada. O Grupo Stromp também tem obrigações e a primeira é fazer do Sporting um grupo solidário. É o grande desafio que tem pela frente. O Sporting do futuro tem de ser melhor. Não podemos ficar amarrados à visão de um sonhador.»
E nada de regionalismos. O Sporting é um clube de Portugal, vincou o presidente leonino, que pretende, ou pelo menos sugere, que se quebrem barreiras usando a tecnologia a favor da instituição: «As organizações que não inovarem morrem. O Sporting é um clube de Portugal e não de Lisboa, mas para que isso aconteça tem de ser acessível a todos. Um sócio de Bragança ou de Aveiro tem de vir votar a Lisboa. Não é modernidade, não é inovação.»
Resposta do Grupo Stromp
O discurso de Filipe Soares Franco deveria fechar o evento, mas o presidente do Grupo Stromp, Paulo Abreu, sentiu necessidade de responder, «fugindo ao protocolo», como o próprio admitiu. «Quero dizer ao presidente que conte connosco e que aceitamos o seu desafio. Vamos estar aqui para fazer mais e melhor, mas lembre-se de uma coisa: tem responsabilidade para que acreditemos. E mais não digo.»