Os cinco portugueses que mais se distinguiram no futebol, em 2014. Na minha opinião, claro.


1. Cristiano Ronaldo

Mal 2014 tinha começado e já o avançado do Real Madrid era eleito o melhor do mundo. Passou o ano a provar que tinha sido a opção certa. Em 2015 lá renovará o título. Pelo meio bateu diversos recordes, venceu a décima Taça dos Campeões para o Real Madrid e deu mais alguns passos em direção áquele que é agora o objetivo maior: ser o melhor jogador de futebol de sempre. Por muito subjetiva que essa designação possa ser. Este foi também o ano em que uma lesão o impediu de terminar bem a época e contribuiu para um Mundial dececionante, no Brasil. Apesar desse ponto negro, tudo o resto foi tão imponente que é pacífico dizer que no futebol não houve outro português como ele.

2. Jorge Jesus

O treinador do Benfica foi campeão pela segunda vez em cinco temporadas. Não será muito para os milhões investidos, mas é seguramente melhor do que o passado recente do emblema das águias. Conquistou tudo em Portugal e nem a segunda derrota consecutiva na final da Liga Europa retira brilho ao trabalho do treinador. No mercado de Verão viu partir algumas das mais importantes figuras da equipa, mas fecha o ano com mais seis pontos do que o FC Porto, além de uma vitória rara no Dragão, para a Liga. Está fora das competições europeias e da Taça de Portugal, mas bem por dentro do principal objetivo da temporada: reconquistar o título, ser campeão em dois anos consecutivos, o que não acontece na Luz há 30 anos. Não chegou para entrar na lista de dez candidatos a treinador do ano, mas é suficiente para ser o melhor em Portugal.

3. Leonardo Jardim

Herdou o pior Sporting e devolveu-o à Liga dos Campeões, à frente do FC Porto e não muito longe do Benfica e seus milhões. Depois, como é costume, achou que o trabalho estava feito e rumou ao Mónaco. Mal chegou e já tinham partido as duas figuras da equipa, Falcao e James, mais uns quantos. O início foi doloroso, mas a verdade é que cinco vitórias em dezembro (e zero golos sofridos!!!) deixaram o Mónaco nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões e perto dos melhores na Liga francesa. Já não dará para ser campeão, claro, mas chegou para calar os críticos, segurar o emprego e reforçar a ideia: é treinador para fazer carreira na Europa.

4. Marco Silva

O que fez no Estoril é notável. Deixou a equipa em quarto lugar e na Liga Europa. Passou a treinar o Sporting e só um grosseiro erro de arbitragem impediu que se apurasse para os oitavos-de-final da Champions. Ficou na Liga Europa. Eliminou o FC Porto no Dragão. Apesar de ter feito menos do que se esperava no campeonato, ficou claro que o Sporting pode bater-se com os rivais. De novo. Ainda é cedo para discutir a sério o título, mas a promessa está lá. O ano termina com Marco Silva a precisar de exibir outras qualidades. A forma como tem lidado com a insólita pressão de Bruno de Carvalho demonstra maturidade. Aconteça o que acontecer até 31 de dezembro, foi um ano de afirmação. 

5. Rui Jorge

Enquanto todos temiam pelo futuro da seleção nacional e discutiam a renovação, Rui Jorge e a sua equipa técnica construíam uma equipa sub-21 formidável. O trabalho do selecionador permitiu uma fase de apuramento inesquecível e ajudou a dar visibilidade a jogadores que, entretanto, se afirmaram nos seus clubes e até, em alguns casos, já estão na seleção principal. Rui Jorge foi sólido, enfrentou sempre os problemas e merece ser olhado como um dos talentos da nova geração de treinadores portugueses. 

Nota: se a lista tivesse dez nomes acrescentaria Fernando Santos (o Mundial com a Grécia, mais as vitórias fundamentais com a seleção portuguesa, menos o castigo bizarro), Rui Vitória (muitos meses de extraordinário trabalho em Guimarães), José Mourinho (outra vez principal candidato na Premier League e o Chelsea como equipa a ter em conta na Champions), Paulo Sousa (domínio na Suíça, mais o apuramento na Champions) e Tiago (campeão em Espanha, fundamental no regresso à seleção nacional).