A necessidade de reabrir a «urgência» do Hospital de Anadia foi hoje «lembrada» ao Governo por cerca de 500 pessoas que desfilaram pelas ruas em protesto.

Os manifestantes concentraram-se junto à Câmara e rumaram depois ao IC2, cujo trânsito foi desviado pela Brigada de Trânsito, parando junto à sede local do PS.

«Não paramos, não paramos» e «Sócrates escuta, Anadia está em luta» foram palavras de ordem entoadas pelos manifestantes que irromperam em assobios junto à sede do PS.

José Paixão, que tem liderado os protestos de Anadia, justificou a paragem «para ver se estava lá correspondência de resposta aos ofícios enviados por Anadia, não fosse o Governo querer poupar no selo».

De seguida, as pessoas dirigiram-se ao IC2, o que levou ao desvio de trânsito, e regressaram ao centro, passando frente ao circo que está de passagem por Anadia, para demonstrar que «o país não pode ser transformado num circo», conforme disse o líder do movimento «Unidos pela Saúde».

No final juntaram-se frente à estátua do patrono do Hospital, José Luciano de Castro, onde usou da palavra José Paixão.

«Roubaram a protecção que sentíamos(com a urgência do Hospital) e foram fechando tudo e deixaram-nos ficar uma ambulância. Mais uma vez ficaremos à espera de uma resposta. Cada semana que passa Anadia parece uma terra maldita e agora até o tribunal nos querem tirar», disse José Paixão aos manifestantes.

Anunciando novo protesto para o próximo domingo, à mesma hora e no mesmo local, «para dar mais uma semana à ministra da Saúde para responder a Anadia», José Paixão exortou cada participante a trazer mais amigos ao protesto.

Em declarações à Lusa, o líder do movimento «Unidos pela Saúde» criticou a nova ministra porque «nem sequer acusa a recepção dos ofícios que lhe são enviados, coisa que, pelo menos, Correia de Campos fazia», concluindo que o objectivo do governo «é fazer com que a malta fique calada, gerindo o tempo até às eleições».

O protesto de hoje, no qual esteve ausente o presidente da Câmara, Litério Marques, foi a 18ª acção contra o encerramento do serviço de urgência do Hospital José Luciano de Castro, tendo a primeira ocorrido a 20 de Abril de 2007, com uma vigília nocturna.