Milhares de pessoas reuniram-se, esta sexta-feira, numa mega-manifestação organizada pela CGTP, em protesto contra as políticas do Governo que consideram erradas.

«As políticas do Governo só têm prejudicado a função pública e portanto temos de lutar contra elas», afirmou ao PortugalDiário um trabalhador da Câmara Municipal de Matosinhos, que veio a Lisboa mostrar o seu descontentamento.

Melhores condições de emprego, diminuição do desemprego, garantia do direito à contratação colectiva e a valorização da educação foram alguns dos pedidos feitos pelos trabalhadores presentes.

Segundo uma estimativa da polícia cerca de 100 mil pessoas encheram as ruas de Lisboa, mas segundo a intersindical o número chegou aos 150 mil.

Trabalhadores do sector público e do sector privado de todo o país uniram-se numa marcha, que partiu dos Restauradores e da Praça do Saldanha, em direcção à residência oficial do primeiro-ministro, José Sócrates.

Na frente do desfile encontravam-se três bonecos cabeçudos que representavam José Sócrates, o Presidente da República Cavaco Silva e o ministro da Administração Interna António Costa.

Durante o percurso os manifestantes aproveitaram as caricaturas para descarregar a revolta e agrediram-nas com bandeiras que transportavam.

Ao longo da marcha foram vários os "gritos de guerra". Algumas frases soaram em uníssono: «É preciso, é urgente uma política diferente», «Sócrates escuta trabalhadores estão em luta» e «Trabalho sim desemprego não».

A Assembleia da República foi passagem obrigatória para o desfile e aqui o secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, falou aos manifestantes abordando questões como o emprego e o desemprego, a precariedade laboral, o aumento do custo de vida ou a formação profissional.

Esta é já considerada a maior manifestação de sempre a nível nacional. Carvalho da Silva associou este facto ao descontentamento vivido pelas pessoas.

«Sabemos que o descontentamento das pessoas é grande, que há um grande protesto face às políticas que estão a ser seguidas, face à ausência da responsabilização patronal e isso expressou-se aqui», afirmou.

«É a maior manifestação dos últimos 20 anos», acrescentou o secretário-geral da CGTP, sem esconder o contentamento.

Depois de mais de quatro horas de desfile os manifestantes fizeram um balanço positivo da manifestação, sem sinais de cansaço. «A manifestação foi forte e como esta precisamos de muitas mais para conseguirmos atingir os nossos objectivos», afirmou um trabalhador da Guarda, considerando que «valeu a pena» a deslocação à capital.