Pouco mais de metade das escolas onde se realizaram exames nacionais do ensino secundário subiram a média, um resultado melhor do que o registado em 2006, quando a maioria piorou o desempenho relativamente ao ano anterior, noticia a Lusa.

Dos 608 estabelecimentos de ensino públicos e privados onde decorreram provas, só é possível estabelecer uma comparação no caso de 597, já que os restantes 11 ou não levaram alunos a exame no ano passado ou foram, entretanto, integrados noutras escolas ou agrupamentos.

Entre estas 597, 285 (47,7 por cento) caíram na tabela de classificações, seis mantiveram a mesma posição e 306 (51,3 por cento) subiram lugares.

Pelo contrário, em 2006 a percentagem de escolas que viram a média dos seus estudantes descer em relação a 2005 foi superior do que aquelas que melhoraram o desempenho, atingindo os 51,4 por cento.

Sebastião da Gama, em Lisboa, foi a que mais subiu

Este ano, a subida mais acentuada coube ao Externato Sebastião da Gama, em Lisboa, uma escola privada que saltou 509 lugares na lista, passando da 601ª para a 92ª posição.

O feito foi conseguido graças a um aumento de 3,55 valores na média alcançada pelos seus alunos, que subiu dos 7,49 para os 11,04 valores este ano.

Em declarações à agência Lusa, Luísa Amaro, directora pedagógica do externato frequentado por cerca de 100 alunos, disse que a subida se explica por a turma de 12º ano de 2006/2007 ter apenas 14 estudantes, o que permitiu um «melhor aproveitamento pedagógico por parte dos alunos».

O aumento do nível sócio-cultural dos estudantes foi outro dos motivos invocados pela professora para a passagem de uma média de 7,4 para 11,4 valores, que recusou a ideia de o aumento da média poder estar associado ao facto de se terem realizado exames de Português e no ano anterior apenas de Matemática.

«O professor de Matemática é o mesmo do ano passado», disse, acrescentando que a subida na classificação geral se fica a dever ao tamanho «diminuto da turma e à vontade e capacidade de aprendizagem dos alunos».

Entre as dez escolas que mais subiram, seis são privadas e quatro públicas.

Escola de Gaia protagonizou maior descida

Se estas dispararam na tabela, outras houve que desceram vertiginosamente. O caso mais flagrante é o do Instituto de Estudos Secundários do Atlântico (IESA), em Vila Nova de Gaia, que passou do 13º para o 495º lugar, com a média das provas realizadas a cair de 12,9 para 8,84 valores

A Lusa tentou contactar o IESA, mas não obteve resposta em tempo útil.

Apesar de não estar entre os dez estabelecimentos que mais pioraram os seus resultados, o Colégio Saint Peter's School, em Palmela, Setúbal, registou uma descida importante: em 2006, esta escola privada alcançou a segunda melhor média na primeira fase dos exames nacionais, com 13,81 valores, mas surge este ano em 127º lugar, com menos três valores.

Enquanto as privadas dominam a lista das maiores subidas, as públicas estão em maioria entre as dez que mais desceram, com seis lugares.

No tratamento que fez dos resultados dos exames nacionais nas escolas secundárias, divulgados terça-feira pelo ministério da Educação, a Lusa considerou as 20 disciplinas em que se realizaram mais provas e apenas os alunos internos.