«As forças de segurança agiram com proporcionalidade» perante o bloqueio das transportadoras, insistiu o primeiro-ministro ao longo de todo o debate quinzenal, esta quinta-feira, no Parlamento.

«Usar a força é uma das maiores responsabilidades de um político», afirmou José Sócrates depois de ter já debatido com o líder do CDS-PP sobre o que é «desproporção» no uso da força, recordando o episódio do «barco de guerra» enviado para travar uma organização pró-aborto quando Paulo Portas era ministro da Defesa.

Revelando os números da polícia, e garantindo que «quem não cumpriu a lei vai ser punido», Sócrates afirmou que, em três dias de paralisação das transportadoras, foram identificadas 52 pessoas e instaurados 15 processos-crime. «É muito importante cumprir a lei», insistiu, recordando que as forças de segurança «escoltaram comboios, agiram, mas agiram com proporcionalidade».

«Violações à lei»

Durante a paralisação, «houve violações à lei», admitiu o primeiro-ministro, garantindo que, mesmo estando na Argélia e nas comemorações do 10 de Junho, fez «o possível para as condenar», mas lamenta «que não tenha ouvido o mesmo de todas as bancadas parlamentares».

À saída admitiu estar contente por ter resistido aos «impulsos», quando no hemiciclo tinha já afirmado que é preciso resistir à tentação de «se exibir perante a sua galera ou plateia». «Vi muitos sugerirem cargas policiais, que teriam impedido os resultados que agora tivemos».