O PortugalDiário confirmou a notícia avançada pelo «Correio da Manhã» e soube ainda que a equipa da procuradora-geral adjunta, Maria José Morgado, já esteve no Porto a fazer a reconstituição do crime no parque de estacionamento da Alfândega.
De acordo com informações recolhidas pelo PortugalDiário, além dos três arguidos já constituídos [Carolina Salgado, Fernando Madureira, líder da claque dos Super Dragões e agora Pinto da Costa] a equipa investiga ainda o envolvimento de pelo menos mais quatro indivíduos que, cerca de três semanas antes das agressões, se dirigiram ao escritório de Ricardo Bexiga, na zona da Alfândega, a pretexto de uma consulta sobre direito penal.
Intrigado com o aspecto dos suspeitos, o ex-autarca terá querido saber quem tinha dado a referência daquele escritório, tanto mais que o causídico não trabalha na área penal. Apanhados de surpresa com a pergunta, um dos indivíduos ainda terá respondido que tinha sido o avô a sugerir o advogado Ricardo Bexiga.
A conversa terminou com os quatros homens a saírem precipitadamente do escritório. A equipa acredita tratar-se de elementos ligados à claque de futebol Super Dragões e que pretenderiam conhecer pessoalmente o alvo a agredir.
Recorde-se que o ex-vereador Ricardo Bexiga foi espancado por dois homens encapuzados, no dia 25 de Janeiro de 2005.
As agressões aconteceram por volta das 19h30 desse dia, quando o advogado saía do seu escritório, no Porto, e se dirigia para a viatura, estacionada no parque da Alfândega.
Os agressores atacaram-no com uma trave de madeira, entre dois carros estacionados no parque, durante cinco minutos. Bexiga ainda tentou esquivar-se, mas não conseguiu evitar um corte na cabeça, tratado com 17 pontos, e várias outras contusões, pelas quais foi assistido no Hospital de Santo António.
Quando depôs no Ministério Público, a ex-companheira de Pinto da Costa terá referido o envolvimento de quatro ou cinco pessoas nas agressões ao ex-vereador socialista, entre intermediários e executantes directos das ofensas corporais.
No livro «Eu Carolina», a ex-companheira de Pinto da Costa conta que foi ela que contactou directamente os indivíduos que deveriam agredir o ex-vereador socialista de Gondomar. Referia ainda que Pinto da Costa acreditava ter sido aquele socialista o responsável pelo espoletar das investigações do processo «Apito Dourado».
Para tal, referiu que o presidente do F.C. Porto lhe entregou dez mil euros em dinheiro para que pagasse aos autores materiais das agressões.
Pinto da Costa já desmentiu a ex-companheira e anunciou a intenção de a processar criminalmente.
Pinto da Costa queixa-se de «difamação»
Ouvido pelo PortugalDiário, o advogado do presidente portista, Gil Moreira dos Santos, não confirmou nem desmentiu a constituição como arguido alegando o facto de o processo estar em segredo de justiça.
Além disso, desvalorizou as notícias que dão Pinto da Costa como arguido em vários processos [«para sermos arguidos em Portugal, basta estarmos vivos e haver alguém que se lembre de nós», ironizou], acrescentando, no entanto, a intenção de processar o «Correio da Manhã» pelo facto de ter alegadamente difamado o seu cliente ao escrever na primeira página: «Pinto da Costa mandante das agressões a Bexiga».
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