Carlos Carvalhal tinha prometido luta até ao último segundo, mas a verdade é que o Sp. Braga nunca conseguiu reabrir a eliminatória no Olímpico de Roma. A equipa de Paulo Fonseca geriu muito bem a vantagem que trazia da Pedreira e esteve sempre por cima do jogo e da elimiantória, acabando por seguir para os «oitavos» com um resultado conjunto de 5-1.

Os dados estavam lançados desde o jogo da Pedreira. O Sp. Braga tinha de marcar primeiro para reabrir a eliminatória, enquanto a Roma bastava gerir e aguardar por um erro dos minhotos para acabar com a pretensão do adversário. Nesse sentido, Carlos Carvalhal procurou surpreender Paulo Fonseca mudando mais de meia equipa, apresentando uma defesa totalmente remodelada e um meio-campo mais fresco, com Piazón, Novais e André Horta. Paulo Fonseca, por seu lado, foi mais conservador, ajustando apenas três peças em relação ao primeiro jogo, recuando Cristante para o eixo defensivo e procurando também mais velocidade sobre as alas com Bruno Peres e El Shaarawy.

O Sp. Braga, com João Novais e André horta, bem juntos no meio-campo, procurava ganhar profundidade, com Gaitán, Piazón e Galeno a alargarem o jogo no apoio a Sporar. Os primeiros instantes mostraram, desde logo, que os minhotos iam ter uma missão muito difícil, face à bem organizada defesa italiana, com uma linha de três, reforçada com dois alas e um meio-campo muito forte e solidário. Os romanos procuraram, desde o início, não permitir que o jogo ganhasse velocidade, com uma elevada posse de bola, mesmo sem grande progressão no terreno.

Quando o Sp. Braga procurou acelerar o jogo, sofreu o primeiro golo, aos 23 minutos. Bola em profundidade, Dzeko controla e serve El Shaarawy que remata colocado, com a bola a bater com estrondo no poste. Dzeko recuperou depois, com a defesa minhota muito passiva, e acertou no outro poste, mas desta vez a bola entrou. Tudo mais complicado para o Sp. Braga, embora continuasse a precisar de marcar os mesmos três golos para virar a eliminatória.

O Sp. Braga tentou reagir, mas pela frente tinha uma equipa extremamente equilibrada e bem organizada a fechar todos os caminhos para a baliza de Pau López. Os minhotos, com Esgaio castigado e Borja no banco, não conseguiam impor-se sobre alas, mas ainda conseguiram superiorizar-se na zona central, com destaque para dois remates de Piazón e outro de Sporar, este último para grande defesa de Pau López. Mas a verdade é que a melhor oportunidade até ao intervalo foi da Roma, com Pedro Rodríguez, servido por El Shaarawy a deixar a barra da baliza de Tiago Sá a tremer.

Uma primeira parte com poucas oportunidades, mas a segunda não seria muito melhor, tirando a ponta final. A Roma, certamente já a pensar no jogo de domingo, com o Milan, reforçou ainda mais o «modo» gestão. Paulo Fonseca foi mexendo a partir do banco e a equipa percebeu a mensagem, procurando meter gelo no jogo e impor um ritmo baixo.

Em sentido contrário, Carlos Carvalhal foi lançando os habituais titulares que tinha deixado no banco, atirando sucessivamente para o jogo Fransérgio, Ricardo Horta, Abel Ruiz e Borja. O Sp. Braga cresceu no jogo, Abel Ruiz e André Horta tiveram oportunidades para marcar, mas Roma acabaria por matar a eliminatória à segunda tentativa. Primeiro, um erro de Borja obrigou João Novais a fazer falta sobre Carles Pérez, no interior da área, mas, na marcação do castigo máximo, Pellegrini tentou imitar Bruno Fernandes, com um saltinho antes do remate, e atirou ao lado.

No entanto, o mesmo Pelligrini acabou por redimir-se logo a seguir, com um grande passe da esquerda, com a bola a pingar junto ao segundo poste, onde surgiu Carles Perez a fazer o segundo golo da Roma. Agora estava definitivamente tudo decidido. Era altura de descomprimir.

Carlos Carvalhal ainda lançou o jovem Hernâni Infame e Tormena ainda proporcionou mais uma grande defesa a Pau López. Já nos últimos instantes do jogo, o Sp. Braga ainda conseguiu um golo de honra, com o ex-benfiquista Cristante a desviar uma bola de Zé Carlos para as próprias redes, mas a última palavra seria mesmo da Roma, com Mayoral a fixar o resultado final em 3-1, depois de mais uma transição rápida.