Filipe Soares Franco, presidente do Sporting, manifestou-se satisfeito com o acordo definido com a Câmara de Lisboa quanto ao loteamento dos terrenos em redor do Estádio de Alvalade e está ainda confiante quanto a uma decisão favorável ao clube nas questões que ficaram para ser decididas por um tribunal arbitral (ver peça à parte). No entanto, o dirigente colocou em causa o principio de equidade com o Benfica, definido nos protocolos do Euro-2004, recordando que, só nos últimos quatro anos, em que o processo se arrastou, o clube registou um prejuízo a rondar os 24 milhões de euros no pagamento de juros.
O dirigente recordou que o clube despendeu 170 milhões de euros na construção do novo estádio e na reabilitação da área em redor e recordou que, nos protocolos feitos com a CML, tinha ficado estabelecido um princípio de equidade com o Benfica. «É uma questão que não se põe agora. Esse princípio foi definido no princípio de 1999 para que no final o saldo fosse exactamente o mesmo para o Sporting e para o Benfica. O Benfica não tem qualquer responsabilidade no processo do Sporting, tratou do seu problema, encaixou o seu dinheiro. O Sporting é que se sente lesado por não ter conseguido materializar os seus direitos em dinheiro para poder responder com as suas obrigações», destacou.
O Sporting vai agora esperar pela decisão do tribunal arbitral, em relação à atribuição de um parcela de 29 mil metros quadrados, negociados no decorrer da presidência de Santana Lopes, em forma de compensação pelos terrenos que também tinham sido disponibilizados ao Benfica. «Primeiro o Sporting vai ter de aguardar pela decisão do tribunal arbitral, antes disso não nos podemos manifestar sobre esse assunto», limitou-se a comentar.
Caso o Sporting não tenha o parecer favorável do tribunal arbitral, o Sporting não tem prevista qualquer compensação pelos prejuízos, mas o presidente não admite, à partida, essa possibilidade. «Não há garantia de espécie nenhuma sem ser aquilo que está acordado. O Sporting pensa e está convicto de que o tribunal arbitral lhe vai dar inteira razão. É dentro deste princípio que aceitámos o tribunal arbitral. Estamos convictos de que, ao fim de sete anos de relações com a CML, com protocolos aprovados pela CML e pela assembleia, uma entidade terceira irá nos dar razão», contou.
Até lá, o Sporting terá de assumir os compromissos com a banca. «O Sporting terá de encaixar esse prejuízo porque ele é real. Foram encargos financeiros que o Sporting teve de suportar, sem conseguir materializar até à data um único metro quadrado de construção», lamentou sem nunca colocar em causa a boa fé da CML. «Todos os executivos da CML sempre tiveram uma excelente relação com o Sporting. Não foi possível foi materializar os projectos que o Sporting tinha e isso obviamente o Sporting lastima», acrescentou.