O plano de restruturação financeira, aprovado por 97,3 por cento dos sócios sportinguistas a 30 de Junho, será ratificado nesta terça-feira pela SAD dos leões. Esta iniciativa pretende permitir ao clube de Alvalade reduzir a sua dívida em cerca de 150 milhões de euros.
O que está em causa na reestruturação do Sporting
Uma das medidas passa por incorporar o Sporting Património e Marketing (SPM) na SAD, passando esta a ter o direito sobre o estádio Alvalade XXI e sobre o edifício multidesportivo por cerca de 33 anos. Serão três os aumentos de capital da SAD: oito milhões da fusão por incorporação da SPM na SAD, 20 milhões para pagar a dívida à sociedade Holdimo e 18 milhões correspondentes à entrada de investidores, que terão 21% da SAD. Há assim um aumento de capital, na ordem dos 46 milhões de euros. Mesmo com este investimento estrangeiro, o Sporting mantém 50,4% do capital total da SAD, mantendo assim o seu controlo.
A sociedade Holdimo, com o investimento de 20 milhões, passará a deter 23,5% do capital social da SAD. Este investimento permitirá ainda ao Sporting recuperar a percentagem dos passes de jogadores que eram detidos pela sociedade.
Para além do aumento de capital, o Sporting aprovou, a favor dos bancos financiadores (BES E BCP), um empréstimo de 68 milhões de euros, de uma hipoteca sobre o direito de superfície nulo do estádio Alvalade XXI e do Edifício Multidesportivo. Isto irá permitir liquidar a dívida do Sporting perante a SAD, mas também perante os bancos.
Serão também emitidos Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC), no montante de 80 milhões de euros, com uma taxa de juro anual bruta de quatro por cento, desde que a SAD tenha lucro, para conversão de créditos aos bancos.
Segundo o comunicado enviado pelo clube à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), todas estas medidas visam «permitir à sociedade, por um lado, elevar os seus capitais próprios e, por outro lado, dotar a sociedade dos meios necessários à gestão da sua atividade».