Ruben Amorim, treinador do Sporting, em declarações aos jornalistas após a derrota com o Benfica no Estádio da Luz por 4-3:

«Em relação ao jogo podia ter dado um bocadinho para tudo. Foi um jogo que nem parecia de época, com muitos golos e oportunidades. Podíamos ter feito o empate no fim, mas também podíamos ter sofrido mais golos.

O que fica foram os jogadores que tiveram mais tempo para jogar e a reação da equipa. Não é fácil jogar no Estádio da Luz seja em que condições for, a perder 3-0 e a conseguir manter a cabeça fria e ir atrás do resultado. Isso eles conseguiram.

Na segunda parte colocámos o João Mário, o Palhinha e o Matheus também jogou bem na direita. Sofremos logo um penálti, ficou 4-1, voltámos a ir atrás do resultado. Podíamos ter chegado ao empate, mas também podíamos ter sofrido. Fez parte do risco mas, principalmente na segunda parte, a equipa mostrou a capacidade que tem.

Juntámos alguns jogadores ao mesmo tempo contra uma grande equipa que ainda tem um objetivo. Sabíamos o risco que estava a correr e os jogadores não têm culpas. O treinador é que entendeu assim. Estou contente com eles. Mesmo com 3-0 estava contente com eles. Obviamente que há capacidade do outro lado e a nossa equipa soube reagir e vai melhorar no futuro.»

[Derrota é mancha no cardápio ou é tomada de animo mais leve porque tem o título no bolso?]

«Acho que não é uma mancha. Obviamente que queríamos muito chegar ao fim do campeonato invictos. Mas temos de preparar o futuro e foi uma opção minha. Sinceramente, não ligo muito a recordes. Se entendesse que os recordes eram mais importantes do que preparar o futuro, se calhar faria a equipa de outra maneira. Mas aqueles jogadores estão preparados e têm de estar preparados para a Liga dos Campeões. Temos de aproveitar todos os momentos para crescer. O Dani e o Matheus [Nunes] têm de crescer a bem ou a mal. Era melhor não perder nenhum jogo, mas há que pensar mais à frente, ser frio e a responsabilidade é totalmente minha e não dos jogadores.»

[Onze inicial com Matheus Nunes e Bragança está relacionado com eventuais saídas de Palhinha e João Mário?]

«Não tem nada a ver com isso. O João Mário é diferente, porque não é jogador do Sporting. Temos é de nos prepararmos. Haverá mais jogos na próxima época e o Palhinha não vai aguentar os jogos todos e outros terão de jogar. Vão ter de jogar outros e nós queremos apostar nestes. Acredito muito nestes jogadores e não queremos ver outros. Temos de ver que mudando um ou outro não se nota nada. Mudando mais, nota-se um pouco.

Também… a qualidade do Weigl e do Taarabt, e depois o Pizzi que não tem jogado ali, mas veio muito para dentro e criou muitas vezes três contra dois. Mas os jogadores responderam muito bem. Estávamos a perder 3-0, depois fizemos o 3-1. O jogo desenrolou-se assim. Vamos jogar a Liga dos Campeões e temos de estar preparados para isso.»

[O que disse à equipa ao intervalo e no final do jogo?]

«Estavam chateados com o resultado, mas não costumo falar no final. Ao intervalo foram apenas aspetos táticos. Eles correm, dão o máximo e não precisava de dar um abanão na equipa. Sabendo que o resultado era de 3-1, que somos o Sporting e que estamos em casa do Benfica, independentemente de sermos campeões. Olhamos mais para o que te mos de fazer, para a tarefa em si. Reprimendas? Eles correm, dão o máximo e a responsabilidade é do treinador. A melhor forma é ajudá-los tática e tecnicamente e não com um abanão.»

[Saída de Daniel Bragança e entrada de Palhinha melhorou a equipa]

«Não é um jogador tão agressivo e a equipa está muito habituada ao Palhinha. O Dani faz essa posição na seleção sub-21, mas é com três jogadores e o ritmo é muito diferente e estávamos a jogar contra uma equipa muito forte. Queríamos fazer essa junção. Ter o Matheus mais solto do que o Dani para ele ter de crescer. Mas não foi por aí. Até podíamos ter feito mais golos na segunda parte. Sofremos um golo de bola parada e se calhar era mais fácil jogar um e outro que tem jogado. Dificultei muito a vida aos meus jogadores, mas faz parte do crescimento e era essa a ideia.»