Ruben Amorim, treinador do Sporting, em conferência de imprensa, depois da derrota diante do Desp. Chaves, no Estádio de Alvalade, em jogo da 4.ª jornada da Liga:

O que faltou ao Sporting para marcar esta noite?

- O que faltou foram golos. Na primeira parte podíamos ter o jogo resolvido. Criámos várias ocasiões para marcar. Mesmo aquelas que não eram situações conseguimos vários cruzamentos, faltou empurrar a bola para a baliza. Na segunda parte sofremos dois golos de rajada, tentámos mandar o Seba [Coates] para a frente, mas os cruzamentos foram muio bombeados, não conseguimos criar as oportunidade que fizemos na primeira parte. O tempo foi passando, os jogadores deram tudo, mas não deu. Sofremos dois golos, um de livre, outro numa transição, perdemos o jogo, agora é pensar no próximo.

Distância de oito pontos para o líder?

- Repito o que disse. O que está em causa é uma época desportiva. É perigoso quando se mete todas as fichas numa época e depois não corre bem. É perigoso para os clubes. Aqui, no Sporting, está a acontecer um pouco ao contrário. Estamos a salvaguardar o futuro do clube. Um clube não é bom, mau ou vai abaixo por uma época desportiva. O lugar do treinador é que está sempre em risco num clube desta dimensão. Não mudo a minha opinião. Até podemos ter dez derrotas nos próximos dez jogos. O Sporting está a fazer o caminho que deve fazer.

Continua a apostar num ataque móvel não falta um avançado?

- Eles estão a interpretar bem, mas não estão a fazer golos. Preocupante era se não criássemos situações. Perdendo quando já estamos a uma distância considerável dos rivais, a mensagem pode não passar. Sofremos um golo num cabeceamento quase de fora da área. São fases. Quando o Seba está na frente não podemos cruzar bolas como cruzámos. Agora vão aparecer todos os problemas e mais alguns. Cabe ao treinador resolver.

Coates é um «penso rápido» para a falta de eficácia?

- O planeamento está feito, tenho uma ideia para a equipa, tenho um avançado de área que é o Paulinho. Não mudo com as vitórias ou com as derrotas. Agora é que se vê quem tem as suas convicções, eu tenho as minhas.

- Em relação ao planeamento, estamos com duas derrotas, podemos estar na próxima semana com três ou quatro com a Champions, mas não vou mudar. Tive sempre uma vida boa como treinador, agora não está a correr tão bem, faz parte do crescimento. Os adeptos dizem o que entenderem, temos de aceitar. Há que aceitar as coisas como elas são, faz parte do nosso crescimento. Estamos muito no início, temos de encarar isto sem grandes dramas.

Oito golos sofridos em quatro jogos, há um problema defensivo?

Em termos de oportunidades, já vi fases em que tínhamos menos oportunidades e sofríamos menos golos. Não vale a pena estarmos a fazer grandes resumos à quarta jornada. Obviamente que há um problema, mas não vamos fazer um drama sobre isso.

Pote mais recuado é solução?

- Se o Pote tem marcado naquele primeiro remate em que a bola vai ao poste, se calhar desembrulhava o jogo. Mesmo a jogar como um oito, apareceu várias vezes para rematar. Agora vamos olhar para tudo. Cabe-me a mim não perder a noção do caminho. Sinto-me bastante confortável nestas fases. Vou de consciência tranquila em todos os aspetos da minha gestão do grupo. Nunca vivi isto no Sporting nem noutro clube. Há que enfrentar as coisas com naturalidade.