Oportunidade única este sábado no Restelo para assistir a uma reedição de um embate entre o Belenenses e o Fabril Barreiro, o herdeiro da histórica CUF, num duelo que se repetiu vezes sem conta nas décadas de 50, 60 e 70 do século passado. Um embate que ainda foi «rasgadinho» na primeira parte, como manda a tradição, mas que, na segunda, foi facilmente resolvido pelos «azuis» que, assim, garantem, pela 34ª vez no seu rico historial, a qualificação para os quartos de final da Taça de Portugal.

Os «operários» do Barreiro, sob o comando do também histórico Conhé, ainda ofereceram boa réplica ao longo de toda a primeira parte e até podiam ter conseguido um «golito», mas depois caíram com estrondo diante dos «senhores» do Restelo, num segundo tempo em que os do Barreiro já não tiveram pernas para suster a maior velocidade que o adversário impôs ao jogo.

A equipa de Mitchel van der Gaag assumiu desde cedo as rédeas do jogo, com Arsénio, Yacine Si Salem e Desmarets no apoio direto a Rambé e ainda com Fernando Ferreira e Ricardo Alves a funcionarem com «tampão» na zona central. A equipa do Restelo procurou, assim, fechar o adversário no seu meio-campo, com uma pressão alta, mas a equipa de Conhé, depois de algumas dificuldades no início da partida, conseguiu equilibrar a contenda, com uma defesa bem organizada, com Marinheiro e Rui Correia a fecharem a zona central e Machado e Letras a tentar estancar o jogo dos «azuis» pelas alas.

Depois de suster as primeiras investidas da equipa da casa, o Fabril ensaiou as primeiras respostas, procurando conservar a bola, tratando-a bem, de pé para pé, para depois explorar a velocidade de Bolinhas pelo flanco esquerdo. O jogo seguiu, assim, equilibrado, até ao intervalo e o Belenenses só conseguiu criar perigo em lances de bola parada, com particular destaque para uma cabeçada de Kay que foi devolvida pela trave.

A resistência do Fabril caiuc que nem um baralho de cartas no início da segunda parte, depois do Belenenses imprimir maior velocidade ao jogo. Um erro de Marinheiro, permitiu a Desmarets ganhar sobre a linha de fundo e oferecer o primeiro golo a Rambé, logo a abrir a segunda parte. Ficou tudo, praticamente decidido aqui, uma vez que os minutos seguintes deixaram claro que o Fabril, apesar do esforço, já não tinha forças para dar a volta ao resultado. Não havia velocidade, já ninguém subia e alguns até caíam por terra, com cãibras.

Se havia dúvidas, Rambé encarregou-se de as esclarecer, com o seu segundo golo, um espectacular remate que surpreendeu toda a gente. Conhé ainda procurou refrescar o seu ataque, mas a equipa já tinha perdido definitivamente a consistência que tinha exibido na primeira parte. Depois foi tudo muito fácil para a equipa do Restelo. Paulo Roberto, acabado de entrar, fez o terceiro, e Arsénio fechou as contas com um rotundo 4-0.

FICHA DO JOGO

Estádio do Restelo, em Lisboa

Árbitro: Hugo Miguel (Lisboa)

Assistentes: Hernani Fernandes e Pedro Felisberto

4º árbitro: António Franco

BELENENSES (4x2x3x1): Filipe Mendes; Duarte Machado, Kay, João Afonso e Filipe Ferreira; Fernando Ferreira (Ruizinho, 62m) e Ricardo Alves (Tiago Silva, 46m); Arsénio, Yacine Si Salem (Paulo Roberto, 76m) e Desmarets; Rambé.

Suplentes: Matt Jones, André Teixeira, Zambujo e Diawara.

Treinador: Mitchell van der Gaag.

FABRIL (4x3x3): Bonifácio; Carlos André, Marinheiro, Rui Correia e Letras; Espanta (Catarino, 62m), Mota (Cunha, 72m) e Conceição; Bolinhas, Danilo (Bruno Cruz, 67m) e Ruben Guerreiro.

Suplentes: Ruben, Fábio, Miguel Pimenta e Banana.

Treinador: Conhé.

Ao intervalo: 0-0.

Marcadores: Rambé (51 e 74m), Paulo Roberto (78m) e Arsénio (83m)

Disciplina: cartão amarelo a Rui Correia (85m) e Arsénio (90m).

Resultado final: 4-0.