A síntese do jogo desta tarde na Mata Real, que acabou com o afastamento do Marítimo da fase decisiva da Taça da Liga, bem podia cingir-se ao primeiro golo pacense: Vítor entrou na área, combinou com Cícero e assistiu Josué, que num remate cruzado inaugurou o marcador.



Está aqui tudo o que fez a diferença no jogo que colocou o Paços na liderança do seu grupo à entrada para a última jornada da Taça da Liga.

Simplicidade, eficácia, visão de jogo... O meio campo demolidor da equipa de Paulo Fonseca tem isto tudo e houve momentos na partida em que mais pareceu um rolo compressor.

Não é de estranhar portanto que quando este Paços encontra adversários do seu nível decida jogos não só na base da raça que lhe é intrínseca em todas as épocas, mas também na classe que nesta temporada o seu setor intermediário tem sabido demonstrar.

Ontem foi a vez de Josué decidir, por duas vezes, em cima do final de cada uma das partes e em ambas as ocasiões assistido por Vítor, que depois do lance do primeiro golo já bem perto do final voltou a descobrir o seu companheiro de equipa. E aí Josué isolado teve frieza para picar a bola sobre o guardião dos maritimistas Ricardo Ferreira.

Eficácia adiada

Há, porém, um antes e um depois do primeiro golo pacense, que começou a decidir a partida. Até foi o Marítimo que entrou melhor na partida, com Rodrigo António logo nos primeiros minutos a enviar uma bola à trave na sequência de um livre frontal à baliza de Cássio.

Estava dado o aviso, mas daí em diante o mesmo meio-campo com que o Paços tem dado boa conta de si nesta edição da Liga (André Leão, Luiz Carlos, Josué e Vítor), justificou em campo por que é que não foi poupado neste jogo da Taça da Liga. Não tardou muito para que o Paços começasse a dominar a zona nevrálgica do terreno e fosse acentuando a sua maior capacidade de ocupar espaços até ao momento do primeiro golo, já em cima do intervalo.

O golo dos ¿castores¿ bem podia dar o mote para um segundo tempo de futebol mais aberto, mas a formação madeirense apareceu sem capacidade de disputar o centro do terreno e ficou à mercê das transições rápidas pacenses. Não fosse a ineficácia de Cícero e bem podia o Paços ter resolvido tudo mais cedo.

Teve de esperar pela expulsão de Márcio Rosário e por mais uma combinação da dupla Vítor-Josué, que num contra-ataque em cima do final decidiram a partida e colocaram o Paços no primeiro lugar do seu grupo da Taça da Liga e com reais possibilidades (basta-lhe fazer resultado igual ao Rio Ave) de na última jornada em Alvalade garantir presença nas meias-finais da competição.