No final da semana em que ambas as equipas disseram adeus à Liga dos Campeões, foi o Benfica a conseguir evitar nova desilusão. O Sp. Braga tem a atenuante de ter visitado a Luz com muitas «baixas», mas quem sofre um golo de lançamento lateral deve queixar-se, antes de mais, de si mesmo.
Eixo Martins-Saviola, para fugir ao congestionamento
Ambos os técnicos coincidiram na abordagem ao jogo com uma defesa subida no terreno, o que se acabou por reflectir negativamente na qualidade do espectáculo. Com vinte jogadores de campo concentrados em cerca de trinta metros de relva, o índice de passes errados foi maior.
Perante este congestionamento a meio-campo, dois jogadores apareciam com capacidade para, através de passes longos, explorar o espaço nas costas das defesas: Carlos Martins e Hugo Viana. Sempre que levantava a cabeça, o médio do Benfica procurava a movimentação de Saviola, já que esse não é o forte de Cardozo. «El Conejo» apareceu muitas vezes em posição privilegiada, mas parecia fiel à desinspiração que tem demonstrado esta época. Acabou por ser Luisão, com um remate de fora da área, a obrigar Artur a uma defesa apertada (e de qualidade).
A saída do central brasileiro, por lesão, marca depois uma ligeira quebra do Benfica. O Sp. Braga apareceu mais perto da baliza entregue a Júlio César. Hugo Viana começou por tentar a sorte de longe, mas foi Paulo César a silenciar a Luz durante alguns segundos, com um remate à malha lateral (32m). Só que seis minutos depois, e na sequência de um lançamento lateral, o Benfica chegou à vantagem. Saviola abriu uma excepção ao desacerto na finalização, e aproveitou um desvio de Javi García para inaugurar o marcador.
Domingos arriscou, o Benfica ficou mais confortável mas ainda se assustou
O segundo tempo começa com o Benfica a tentar explorar uma vez mais o eixo Martins-Saviola, mas com o argentino a voltar à fase do desacerto. O Sp. Braga continuava a desperdiçar transições rápidas para o ataque, pelo que Domingos decidiu apostar num ataque mais continuado, com as entradas de Hélder Barbosa e Keita para os lugares de Madrid e Meyong.
A equipa da casa «encolheu-se» ligeiramente, procurou organizar bem a defesa, e só após a entrada de Salvio voltou a procurar assumir o jogo. Com o jogo mais aberto e as defesas mais subidas, Cardozo aparecia finalmente em campo. O paraguaio começou por rematar para as mãos de Artur (60m), brilhou depois com um passe de calcanhar para Salvio (72m), e deixou Jesus em desespero ao falhar um desvio à boca da baliza (79m).
O Benfica parecia mais confortável no que o jogo dava, nesta fase, mas a um minuto do fim apanhou um grande susto. Valeu então Júlio César, com uma espantosa intervenção perto da linha de golo, a negar o golo a Alan. Pouco depois seria confirmada a vitória das «águias», com Pablo Aimar a marcar de cabeça, na conclusão de uma jogada em que Salvio atira ao poste.
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Taça de Portugal: Benfica-Sp. Braga, 2-0 (destaques)
Taça de Portugal: Benfica-Sp. Braga, 2-0 (ficha)