Filipe Cândido, treinador do Nacional, em declarações aos jornalistas após a goleada sofrida na receção ao Sporting de Braga (5-0), na primeira mão da meia-final da Taça de Portugal:

«[O resultado foi pesado, mas gostou da exibição da equipa?] Primeiro, ainda que tenhamos mais um jogo para disputar, queria deixar aqui uma palavra para os jogadores, fundamentalmente, pelo trajeto que fizemos até este jogo.

Penso que não há dúvida quanto à justiça do resultado, quando é tão desnivelado. No entanto, e pode parecer meio tonto o que vou dizer, mas fundamentalmente acabamos por ver um jogo em que, por exemplo, na posse de bola a percentagem é dividida, em termos de remates, até rematámos mais do que o adversário. Eles acertaram seis vezes na nossa baliza e também acertamos seis na deles. O nosso guarda-redes fez uma defesa, o deles seis. Acabamos por ter mais cantos que o adversário e pelo menos tentámos dividir o jogo dessa forma, mas a eficácia acabou por ser determinante nesses momentos.

Naturalmente, há que reconhecer a superioridade do [Sporting] de Braga e dar os parabéns ao vencedor deste jogo. No entanto, uma palavra também para os meus jogadores por aquilo que procuraram fazer, em termos estratégicos e daquilo que eram as nossas intenções.

Sabíamos que, num ou outro momento, o Sp. Braga podia tirar-nos a bola, mas penso que fomos perigosos. Olhando para aqueles que foram os acontecimentos na primeira parte, tivemos pelo menos três aproximações com bastante perigo na primeira parte e poderíamos ter sido nós a inaugurar o marcador. Praticamente na primeira vez que o Sp. Braga vai [à baliza] faz um grande golo. É verdade que o resultado se foi avolumando e temos de reconhecer alguma superioridade do adversário e muitas vezes os resultados acabam por nos provar isso.

[Porque mexeu tão tarde na equipa?] Ao intervalo, procurámos retificar, fundamentalmente, um ou outro comportamento no processo defensivo, porque o Sp. Braga procura muito jogo interior, tem jogadores com valia técnica que a qualquer momento conseguem meter os seus jogadores com entradas à profundidade e fomos procurando conter essas iniciativas do adversário e ao mesmo tempo tentando olhar para aquele que era o espaço que poderíamos ter nesses momentos.

Os golos acabaram por ir acontecendo. Tendo em conta algumas limitações que também fomos tendo na equipa, sabíamos que tínhamos de ir gerindo alguns minutos de jogo e, nas vezes que o adversário acabou por atirar à baliza, dois momentos são de grande penalidade, portanto, com alguma vantagem, neste caso, para o avançado, foram fazendo o resultado e à medida que o tempo foi passando foi ficando mais difícil.

[Derrota pode mexer com a equipa para o campeonato?] Penso que não. É uma competição completamente diferente. Sabemos das nossas limitações e da nossa realidade, mas também sabemos aquilo que temos de fazer para dar uma resposta positiva já no campeonato.