O Vitória está nas meias-finais da Taça de Portugal, chegando a esta fase da prova sete anos depois. Com a sociedade Silva, Silva & Silva a carburar como espécie de antídoto para os momentos de dilúvio, a equipa de Álvaro Pacheco venceu o dérbi minhoto frente ao Gil Vicente (3-1) com golos de Tiago, André e Jota, o clã Silva a indicar o caminho na prova rainha do futebol português.

Fechado ainda na primeira parte, o resultado espelha a superioridade vimaranense no jogo, num D. Afonso Henriques mais despido do que o costume, muito por força das condições climatéricas adversas. O relvado aguentou-se com distinção e aos doze minutos o Vitória já vencia por duas bolas a zero frente a um Gil Vicente com seis mexidas no onze.

Menos de duas semanas depois de perder em Barcelos no campeonato, o Vitória traçou um guião completamente diferente para este embate, impôs a sua lei e venceu o segundo jogo consecutivo. Fica-se pelos quartos-de-final o Gil, perde pelo segundo jogo consecutivo não conseguindo repetir pela terceira vez o histórico de chegar à antecâmara da final.

Entrada avassaladora, adormecer e acordar com nervo

Com pressa de resolver cedo o duelo minhoto, o Vitória de Álvaro Pacheco teve uma entrada avassaladora em jogo, marcado dois golos em cinco minuto quando apenas estavam decorridos doze minutos. Com um ímpeto ofensivo desmedido, os vimaranenses aproveitaram a moleza da entrada gilista em campo para construir uma vantagem confortável.

Tiago Silva foi o primeiro a abanar as redes, na sequência de um canto que o próprio cobrou. Passividade do conjunto de Vítor Campelos, o médio teve tempo de colocar em carreira de tiro e encher o pé de fora da área, batendo Andrew pela primeira vez. Logo se seguida foi André Silva a desviar de forma letal na área um cruzamento de João Mendes, deixando o Vitória numa situação favorável no jogo.

Apesar de continuar por cima, deu inclusive para adormecer sobre a vantagem de dois golos, vendo o Gil reagir em cima do intervalo. Lançado por Buta, Murilo apareceu na cara de Charles, batendo o guarda-redes e relançando o jogo em cima do intervalo, esperava-se. Só que o Vitória chegou ao terceiro no único minuto de descontos da primeira parte. Jota, isolado por Handel, não teve dificuldades em bater o guarda-redes do Gil.

Modo gestão não altera o marcador

Foi completamente diferente a segunda metade, pelo menos no que ao marcador diz respeito, uma vez que as redes não mais voltaram a abanar. O jogo até esteve vertiginoso, com parada e resposta, mas sem golos. Nem o Gil conseguiu reaproximar-se no marcador, nem o Vitória conseguiu fugir, aplicando uma vantagem ainda mais consistente.

No fundo, as equipas jogaram nesse limbo, sabendo o que poderia significar sofrer um golo. Evitou passar por sobressaltos a equipa de Álvaro Pacheco, fez por não sofrer um quarto golo que seria letal pelo meio Charles e Andrew foram fazendo algumas defesas em lances prometedores, mas o placard não mexeu.

Segue para as meias-finais da Taça de Portugal o Vitória, esperando pelo desfecho do jogo entre o Santa Clara e o FC Porto para conhecer o seu adversário numa eliminatória a duas mãos. Cai da prova o Gil, ficando muito longe da façanha alcançada em Barcelos no campeonato.